Sonho vivo


Por Renato Salles

29/05/2015 às 07h00

Eu até queria falar do gaiato que foi grampeado e conduzido pelo FBI lá na Suíça. Um cara tão bacana que é aliado de gente como João Havelange e Ricardo Teixeira, posicionava-se a favor da ditadura e da repressão nos anos 1960 e 1970, e que, recentemente, embolsou discretamente uma das medalhas que deveriam ser entregues aos garotos do Corinthians, campeões da Copa São Paulo de Juniores em 2012. Queria, mas não vou falar do sujeito, que está tendo o destaque merecido nas páginas policiais. Se o assunto aqui é esporte – a despeito dos picaretas que (des)mandam no futebol brasileiro -, melhor falar de coisa boa. Melhor falar do Tupi.

O início dos juiz-foranos na Série C do Campeonato Brasileiro é de empolgar. São dois jogos, duas vitórias, 100% de aproveitamento, liderança do grupo B, melhor ataque, melhor saldo e única equipe a não sofrer gols na competição. Ufa! Apesar de ser muito cedo para se projetar o futuro carijó no certame, há motivos de sobras para apoiar, como o trabalho sério do técnico Leston Júnior, os esforços da diretoria pela permanência do artilheiro Daniel Morais, e o dinheiro conquistado dentro de campo na Copa do Brasil, além das chances reais de chegar às oitavas de final da competição.

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Mantendo o foco e os pés no chão é possível voltar a sonhar com um acesso que esteve muito próximo no ao passado, no ocaso diante do Paysandu. Assim como foi em 2014, a Série C é um torneio equilibrado e sem favoritos. Quem trabalhar melhor ao longo dos próximos meses será premiado. Se o Tupi está longe de ser uma equipe capaz de encantar, também não deve nada a nenhum elenco da atual Série C. Do bom goleiro Glayson a Daniel Morais, Leston tem boas peças na equipe titular e opções a altura no banco de reservas.

Como torcedor, sempre acredito em um futuro melhor para o time de Santa Terezinha, e torço para que o sonho da Série B se concretize em 2016. Afinal, em meio a marins e afins, é a abnegação e paixão do torcedor carijó que supera todas as adversidades – a maioria originária da falta de apoio da própria cidade, é uma das coisas que me faz alimentar uma paixão cega e cotidiana pelo futebol. Pra cima deles, Galo.

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Em tempo: de férias, despeço-me dessa coluna durante o mês de junho. Nesse meio tempo, passo o espaço e a pena para os pitacos do colega de redação e amigo Gustavo Penna. Até a volta.

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