Zero em coletividade


Por Renato Salles

16/02/2018 às 06h00

“Estamos criando um monstro.” Pouco mais de oito anos após o ex-técnico Renê Simões dizer a célebre frase ao comentar o comportamento de Neymar, outro ex-boleiro chegou a constatação similar. Nesta quinta (15), o ex-atacante Casagrande ecoou as críticas dos jornais europeus à atuação de Neymar no clássico entre PSG e Real Madrid na última quarta. Hoje comentarista, o ex-jogador não poupou o principal craque brasileiro da atualidade e taxou Neymar de “mimado” e avesso ao jogo coletivo, algo intrínseco ao futebol.

De fato, o craque é um tanto quanto mimado. Acostumado aos afagos permanentes da imprensa, de boa parte da torcida e de narradores ufanistas e fanfarrões, Neymar parece, em vários momentos, colocar-se acima dos colegas. Foi assim no ataque de pelanca que se transformou a birra entre o brasileiro e o uruguaio Cavani na hora da definição de quem fica responsável pelas cobranças de pênaltis nos jogos do PSG. Vaidade que deveria ser algo besta para um jogador de alto nível, acostumado a balançar as redes em modo looping graças ao seu talento descomunal.

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Neymar é craque. Fora de série. Tem lugar garantido no panteão dos maiores jogadores do país. Multimilionário. Mas, ao que parece, afeito a todos os mimos que uma boa fortuna pode comprar, ainda não é maduro o suficiente para puxar o tapete de Messi e Cristiano Ronaldo na briga pelo título de melhor jogador do mundo. Tampouco para passar ao torcedor a confiança plena de que pode ser capaz de liderar o Brasil na conquista do hexacampeonato, liderança esta que passar por uma única estrada: a da coletividade.

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