Material humano


Por Renato Salles

08/12/2017 às 06h16

A derrota para o Independiente no primeiro jogo da final da Sul-Americana não constava no script da equipe e muito menos da torcida do Flamengo. Todo revés é ruim, mas não há nada perdido. Muito longe disto. Uma vitória dos brasileiros no confronto de volta, no Maracanã, é um resultado mais do que normal. Vantagem de dois gols, inclusive, é bastante possível. Diante de sua torcida, os cariocas são favoritos pelo apoio e pela qualidade jogadores como os zagueiros Juan e Réver e os meias Diego e Everton Ribeiro.

Cabe lembrar, todavia, que favoritismo não ganha jogo. Não há campeão de véspera. Assim, o maior adversário do Fla no jogo da próxima semana é ele mesmo. Se o time souber dosar a emoção que virá da arquibancada – que pode variar entre apoio incondicional e ansiedade – o Rubro-Negro tem faca, queijo e bola para levantar uma taça importante após um ano de irregularidades. O caminho para a salvação pode ser a bola parada, em especial nas jogadas de lado de campo. Foi assim que saiu o único gol carioca no confronto de ida, expondo certa vulnerabilidade do adversário.

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Reitero: dosar a emoção é o mais importante. Até pelo fato de o adversário ser bem organizado taticamente, embora sem grandes valores individuais. Aliás, exemplos recentes como o Lanús – derrotado pelo Grêmio na final da Libertadores -, o Júnior Barranquilla – eliminado na semifinal da Sul-Americana – e o próprio Independiente mostram como os demais clubes sul-americanos conseguem desempenhar melhores planejamentos coletivos dentro do campo. A vantagem dos clubes brasileiros segue sendo o material humano e a individualidade, mesmo diante do garimpo predatório de europeus e asiáticos.

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