Gol do Tio Sam


Por Leonardo Costa

26/05/2015 às 07h00

Quem achava que o sucesso do futebol nos Estados Unidos só seria possível numa ficção de Hollywood pode rever os conceitos. A larga presença dos americanos na última Copa – dos estrangeiros foram os que mais compraram ingressos – já demonstrava o boom do esporte na terra dos Yankees. Figurinha carimbada e repetida nas grades de programação dos canais esportivos fechados neste ano, o “soccer” não impressiona somente pelas arquibancadas cheias: torcidas organizadas, gritos de guerra, cantos, máscaras, tinta com as cores do time retratam a paixão pelo esporte, que contaminou o país.

Embalada pelo crescimento do futebol, a Major League Soccer – a principal do país – tem um aumento anual das torcidas nas suas arquibancadas. Os números já ultrapassam os da NBA e se igualam aos do baseball. A média de público da MLS em 2014 foi de 19.147 torcedores contra 16.555 da série A do brasileirão. No campeonato de 2015 a tendência é de aumento, com a chegada de consagrados jogadores e o surgimento de novos times, como a contratação do brasileiro Kaká pelo Orlando City, franquia que disputa neste ano, pela primeira vez, a Major League e já ostenta um dos maiores públicos da temporada, mais de 62.000 pagantes no jogo contra o New York City, na Flórida.

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O que não impressiona é a qualidade do futebol apresentado. Difícil acompanhar uma partida inteira, o nível técnico ainda é baixo. Nesse quesito, o “soccer” ainda peca. Escrevo ainda, pois ninguém melhor do que o americano sabe cuidar do produto que vende para o seu público consumidor. Aí que mora o perigo. Por enquanto, o “antigo-novo eldorado americano” só tem atraído jogadores consagrados ou boleiros anônimos que não vingaram em terras tupiniquins. Com o aumento de público, patrocínio, exposição na TV, é questão de tempo o nível técnico dos campeonatos e o teto salarial das equipes seguirem a linha do gráfico. Se hoje, jovens promessas e jogadores de Seleção Brasileira se dispõem a receber grandes fortunas nas distantes Rússia, Ucrânia e China, para as terras americanas será um “jump”.

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