Isso é Esparta


Por Leonardo Costa

15/09/2015 às 07h00

Logo após a rodada do Brasileirão, segui escondido do frio, debaixo das cobertas, assistindo à minha eterna amiga das noites de domingo, agora mais moderninha. Tela LCD, vários canais e a transmissão ao vivo do encontro das feras Djokovic e Federer na final de Flushing Meadows. Era só o confronto do número 1 contra o número 2 do mundo. Difícil alguma coisa chamar mais a atenção no jogo do que o duelo dos tenistas.

Enquanto a dupla Djoko-Roger interrompia a aula de tênis nos finais dos sets, eu me permitia fuçar no celular: ver meus pontos no Cartola FC, a classificação da Série A, o final do jogo do Londrina contra o Caxias na Série C e uma zapeada tradicional para os amigos. Mesmo com tanta informação, mais a partida das duas lendas e a rapidez que a tecnologia permite aos “clientes” do mundo do esporte, nada chamou mais a minha atenção do que a atuação da juíza grega, Eva Asderaki-Moore, na final do US Open de Nova York.

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Com olhar de águia, em pelo menos quatro pontos decisivos suas marcações foram mais precisas que as raquetes dos dois melhores do mundo. Lá da terra dos mitos e deuses, com um nome nada sugestivo à modernidade, Eva, a juíza, precisou – ou não precisou – da tecnologia para mostrar que estava certa. Teve uma passada do Federer que eu, o suíço, o sérvio e o evento inteiro acharam que foi bola dentro. A grega chamou o “out”. A tecnologia veio e mostrou a precisão cirúrgica do olhar da juíza, que estava certa. No final deu Djokovic, que gritou comemorando, “Isso é Esparta”, pois assistira ao filme “300” no dia anterior. Mas podia ser para homenagear a pátria da juíza grega ou até mesmo uma referência à mentalidade antiga da Fifa, que não aceita a ajuda da tecnologia no futebol.

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