Pedrinho e Mariana, Alemanha e Barcelona


Por Leonardo Costa

10/11/2015 às 07h00

– Professora, foi assim com o pau-brasil, machucando toda nossa Mata Atlântica sem dó, não foi?

– Foi, querido! Machucamos muitos índios também.

PUBLICIDADE

– Depois continuamos machucando nossa terra mais ainda, com as lavouras de cana, não foi, professora ?

– Foi, querido! Machucamos muito a nossa história com a escravidão, também.

– Depois correram para machucar nossas montanhas, não foi ?

– Isso, levaram boa parte do nosso ouro, né, Pedrinho?

– Por falar em ouro, professora, você viu lá em Mariana, que coisa triste…

– Muitos corações machucados, né, guri ? Parece que nossa história não ensina, continuam levando nossas riquezas e destruindo nossas terras, mesmo depois de 500 anos…

Pedrinho, com toda sua destreza e inteligência, interrompeu a professora:

– E a gente sempre vendo a lama passar, né, professora ?

Querendo tirar o clima fúnebre da conversa, observando que no lugar do uniforme, Pedrinho foi à aula com uma camisa do Santos, a mestre logo perguntou:

O conteúdo continua após o anúncio

– E o Neymar, Pedrinho, machucou o zagueiro com um chapéu. Que golaço, né ?

Astuto, o aluno prodígio respondeu.

– Ah, podia ser com a camisa do Brasil, imagina se fosse na Copa? O que machuca é ver nosso ouro brilhar lá fora, né, professora?

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.