Comida de verdade e sustentável nas feirinhas de JF

Com alimentos sem qualquer aditivo, feiras orgânicas aproximam público dos produtores, promovendo alimentação saudável e consciência econômica e ambiental


Por Júlia Pessôa

22/09/2018 às 07h00- Atualizada 22/09/2018 às 09h45

Cada vez mais se ouve falar em termos como “alimentos orgânicos” e “comida de verdade”: na internet, na mídia, nas conversas informais, nas bancas de feira e gôndolas de supermercado. Diferentemente de outros movimentos gastronômicos e alimentares que visam à restrição de ingredientes, normalmente com objetivos estéticos, o movimento visa a, em primeiro lugar, proporcionar uma alimentação de fato saudável, que não agride o organismo, ao contrário, traz benefícios. “São alimentos que, entre outras características, foram produzidos no momento propício para seu desenvolvimento, sem qualquer produto que o acelerasse. Por isso também eles atendem a necessidades específicas do organismo para cada época. Quando está mais frio, por exemplo, é temporada de mexerica, morango e outros alimentos que contêm vitamina C. E cultivados de forma totalmente natural, eles têm uma concentração ainda maior dos nutrientes que carregam”, explica a nutricionista Anelisa Marques de Rezende, integrante do projeto Alimente, que promove uma boa relação com o corpo e a comida.

Por mais “naturalmente” que um alimento seja produzido, nem todos podem ser considerados orgânicos. Para tal, é preciso que a certificadora, devidamente credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e pelo Inmetro, assegure por escrito que determinado produto, processo ou serviço obedece às normas e práticas da produção orgânica. Com o procedimento, o produto deve conter um selo na embalagem ou na superfície. “O conceito não se reduz à produção sem fertilizantes, agrotóxicos e aditivos. O solo também não pode ser modificado, bem como a água, e precisamente por isso a produção se alinhará ao clima do local, ao tipo de solo, à estação… e por isso mesmo são sazonais”, acrescenta Anelisa.
Temos tendência em pensar somente em produtos in natura quando se fala em orgânicos, mas, na realidade, o conceito também engloba uma série de outros alimentos. “Assim como os ‘que vêm da terra’, estes produtos são fiscalizados em seus ingredientes e processos e são livres de aditivos. Assim, temos também queijos, azeites, farinhas, bolos, diversos produtos feitos com itens e procedimentos totalmente ou majoritariamente orgânicos (no último caso, em feiras que não levam o selo)”, esclarece a nutricionista.

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Segundo Anelisa, a utilização de orgânicos alinha-se, então, com a outra noção que vemos popularizada, a de “comida de verdade”. “São alimentos que o corpo reconhece como comida e, portanto, tem mais capacidade de digerir e absorver os nutrientes”, completa. Quanto ao mito de que tais produtos sejam mais caros, a nutricionista argumenta que, ao contrário do que se pensa, eles tendem a render mais do que os produtos com conservantes. “É uma questão de custo-benefício. Numa feira de orgânicos, você tem certeza de que o alimento está fresco e por isso ele dura mais em casa, tem mais tempo de ‘vida útil’. Já nos supermercados, nas seções comuns, os produtos são cheios de conservantes e tendem a ficar lá por muito tempo, com boa aparência. Como consequência, eles estragam mais rápido, o que acaba não sendo compensatório financeiramente.”

 

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Fotos: Divulgação
  • Bolo orgânico de casca de banana

    por Anelisa Marques de Rezende

Foto: Divulgação/Anelisa Marques de Rezende

Ingredientes

-1/2 xícara de óleo de coco ou azeite orgânico
– 1/2 xícara de leite
– 3 gemas de ovo caipira
– 1 colher (sopa) de canela em pó
– 4 cascas de banana-nanica orgânica picada
– 2 xícaras de açúcar mascavo
– 2 xícaras de farinha de trigo ou de aveia orgânica
– 1 colher (sopa) de fermento em pó
– 3 claras de ovo caipira em neve
– 1 colher (sopa) de açúcar mascavo para polvilhar
– Canela a gosto para polvilhar

Modo de preparo

Separe os ingredientes, pique as cascas de banana em cubinhos e pique as bananas em rodelas. No liquidificador, leve para bater o óleo (ou o azeite) com as gemas, canela e cascas. Quando formar uma mistura homogênea, transfira para uma tigela e incorpore o açúcar mascavo, farinha, fermento, claras batidas em neve e as rodelas de banana. Misture com suavidade e despeje essa massa em uma fôrma untada e polvilhada com farinha. Leve para assar em forno médio preaquecido por meia hora. Desenforme e polvilhe o açúcar mascavo e a canela para finalizar.

 

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UFJF realiza feira orgânica na próxima segunda-feira

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