Entre tapas e drinques

Barceloneta Bar traz cultura e gastronomia espanhola a JF, com cardápio típico e ampla carta de cavas e vinhos

Com as tardes mais longas e claras de dezembro e o clima de confraternização que o fim de ano dissemina, a vontade de reunir pessoas queridas para um happy hour se torna bem mais frequente. Se você quiser fugir da tradicional cervejinha com iguarias clássicas como filé com fritas, linguicinha, pastéis e bolinhos com recheios mil, o Barceloneta pode te levar para um rolê gastronômico na Espanha aqui mesmo em Juiz de Fora.

Inovando na cidade, a casa é um bar de tapas, algo típico da região mediterrânea espanhola. Na prática, as tapas são pequenas e delicadas porções de aperitivos para acompanhar as bebidas e partilhar à mesa. No cardápio, elaborado pelo chef e proprietário Renato Marques, há elementos tradicionalíssimos da gastronomia da região,como bruschettas de presunto cru e queijo, e releituras que valorizam o paladar local, a tapa de albóndigas (almôndegas supertemperadinhas) e as croquetas (croquetes, de carne, linguiça e o meu preferido, de shitake).

Antes que eu faça mais inveja com o cardápio, vale dizer que toda a casa exala o clima espanhol, com referências que vão do uniforme do Barcelona na decoração aos vasos do jardim (um convite a explorar a área externa nos dias de verão), que têm pinturas inspiradas na estética de Joan Miró. No menu, palavras e expressões remetem ao idioma espanhol e, junto às cores espalhadas por todo o salão principal, reproduzem a atmosfera de Barcelona, cheia de tonalidades.

Não deixe de pedir as patatas bravas, talvez a tapa mais popular (e muito democrática, até para os mais chatos para comer), com batatas cortadas em canoa, fritas até ficarem bem douradinhas e servidas com a salsa brava (molho picante que é o “tchan” do prato) e um aioli especial de alho e azeite. O buraco quente é uma criação do bar, com linguicinha condimentada envolta por uma massa como a de pão, uma delícia. Já o arroz de costillha remete um pouco à paella conceitualmente, mas tem um toque bem brasileiro, fãs de carnes que somos (culturalmente, não todos nós, eu sei!), e é feito com costela bovina.

Sobremesas  etc
A mini hamburguesa, suculento hamburguinho artesanal, ideal para quem não costuma se arriscar em culinárias diferentes, vem em um pãozinho, como todos do cardápio, feito pela chef patisserie Ana Delgado, que também assina as sobremesas. A crema catalana, espécie de versão espanhola do crème brûlée francês, é divina: doce na medida certa. Mas o coração bateu ainda mais forte pelo fondant de chocolate servido com um tipo de geleia cítrica, uma alquimia de sabores charmosamente servida dentro de uma latinha das balas Altoids (quem se lembra?), dando ar retrô.

Os drinques são um dos grandes diferenciais da casa. Além de uma carta ampla de cavas (espumante tradicional do país) e vinhos espanhóis, há tipos modernosos criados pelo bartender Henrique Passos feitos com uísque, vodca, espumantes, vinhos brancos e vinho tinto, entre outras.O tinto de verano, com notas cítricas, dá muito frescor à bebida e é uma opção às tradicionais sangrias, que também estão no menu. O meu preferido foi o clericot da casa, feito com espumante e que leva frutas cítricas. A apresentação é outro destaque. Se você não entende muito de drinques, é só dizer ao bartender que ingredientes ganham seu paladar, e sua bebida exclusiva será criada. O Barceloneta fica na Rua Pedro Botti 31, Alto dos Passos (na bela casa onde funcionava o Til).