Família atropelada na Avenida Rio Branco (junho de 2003)


Por Fernando Priamo

17/03/2015 às 13h29- Atualizada 17/03/2015 às 13h46

Nem sempre os motoristas são responsáveis por atropelamentos. A falta de atenção dos pedestres tem contribuído, e muito, para os acidentes. Veja como aconteceu diante dos meus olhos:

Avenida Barão do Rio Branco, artéria central da “Princesa de Minas” e vilã para os mais desatentos.

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Era uma tarde como outra qualquer, ao sair do Fórum após uma pauta, resolvi descer a Rua Marechal Deodoro e atravessar a Av. Rio Branco. Como o semáforo estava fechado aos pedestres, parei aguardando abrir. Ao meu lado, chega uma senhora com sua filha ao colo e um sobrinho seguro pela mão, eles também pareciam aguardar o semáforo. Em uma fração de segundos, o garoto se solta e começa a atravessar sozinho. Sua tia, apavorada, o segue, levando a filha ao colo. Sem observarem que o semáforo continuava aberto para coletivos, somente conseguem dar alguns passos até serem atingidos em cheio e jogados a metros de distância. Foi tudo muito rápido, tudo parece ficar escuro, vejo todos correndo para ajudar, e o pânico toma conta da esquina.

Paralisado diante do fato que acabara de acontecer, ainda meio confuso, começo a registrar a ação dos populares e a chegada dos Bombeiros para o resgate. A mãe desacordada na lateral do coletivo, a filha debaixo da roda e o sobrinho chorando assustado, amparado pelos populares. Registrei o acidente, nem sei como, mas aos poucos fui ficando tonto e com uma forte dor no estômago. Definitivamente não estava nada bem comigo… Após alguns minutos, um colega de trabalho me leva para tomar um copo de água, tento me acalmar para retornar ao jornal. Apesar de estarmos acostumados com acidentes e mortes, tais acontecimentos não nos deixam blindados e imunes ao estresse.

A imagem jamais saiu da minha memória, basta fechar os olhos que consigo lembrar dos mínimos detalhes, como se fosse hoje.

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