Empresários e funcionário da Caixa de JF são presos pela PF


Por Juliana Netto

20/10/2015 às 13h08- Atualizada 20/10/2015 às 13h23

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Um dos empresário presos chega ao pátio da PF (Foto: Olavo Prazeres/20-10-15)

Doze pessoas foram presas durante ação deflagrada na manhã desta terça-feira (20) pela Polícia Federal (PF) em Juiz de Fora. A operação “American Dream” desmantelou uma organização criminosa responsável por fraudar cartões de crédito da Caixa Econômica Federal e usá-los na compra de produtos no exterior. Dentre os presos está um funcionário da Caixa, além de duas mulheres. Os nomes dos suspeitos não foram divulgados. A PF só divulgou que suas idades variam entre 25 e 35 anos e que a maioria fazia parte do empresariado da cidade. O líder da organização criminosa, também preso na operação, atuava na área da construção civil.

Além dos 12 mandados de prisão preventiva em Juiz de Fora, outros dois foram cumpridos nos estados do Paraná e Rio de Janeiro, culminando na prisão de uma pessoa em Maringá e outra na capital fluminense. Ainda foram cumpridos 17 mandados de busca nas residências e nas lojas dos suspeitos, a maior parte delas comercializava artigos eletrônicos. Entre os locais visitados estão endereços nos bairros São Mateus e Bom Pastor, na Zona Sul, além do Centro. Durante as vistorias, foram recolhidos cartões de créditos, cheques, cerca de R$ 150 mil em espécie e aproximadamente US$ 3 mil, joias e outros materiais suspeitos.

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Os presos foram levados para a sede da Polícia Federal, no Bairro Manoel Honório, na Zona Leste. Os homens serão conduzidos ao Ceresp e as mulheres, para a Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, onde ficarão à disposição da Justiça. A investigação foi chefiada pelo delegado Luiz Augusto Pessoa, do Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos, de Belo Horizonte.

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Dinheiro e documentos apreendidos pela PF (Foto: Olavo Prazeres 20-10-15)

Atuação

De acordo com as investigações, após obter dados dos titulares dos cartões, os criminosos se passavam por proprietários dos mesmos junto à central de atendimento da Caixa e conseguiam a autorização para uso internacional do serviço. Em seguida, compravam equipamentos eletrônicos nos Estados Unidos, especialmente produtos da marca Apple, além de telefones celulares, câmeras fotográficas profissionais e bicicletas de competição, algumas avaliadas em US$ 12 mil. Posteriormente, mercadorias eram revendidas entre 10% a 30% abaixo do preço de mercado.

A estimativa do prejuízo aos cofres do banco é de cerca de R$ 20 milhões em apenas 20 meses. A PF também apontou que os fraudadores cooptaram funcionários da Caixa, além de aliciarem laranjas, em nome dos quais confeccionaram cartões internacionais fraudados, com limites de crédito muito acima de seu poder aquisitivo.

O nome da investigação faz referência ao sonho norte-americano de prosperidade, já que, por meio da fraude milionária, os criminosos levaram uma vida ilusória com um dinheiro que não lhes pertencia.

A quadrilha começou a ser investigada em novembro de 2014, apurando crimes como falsificação de documento particular, estelionato qualificado, descaminho e contrabando, formação de associação criminosa com atuação internacional, além de vários indícios de prática de lavagem de dinheiro. Se condenados, poderão pegar até 26 anos de prisão cada.

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