Católicos celebram dia de Nossa Senhora Aparecida


Por Michele Meireles

12/10/2015 às 16h49- Atualizada 12/10/2015 às 17h40

Devotos se concentraram desde cedo na Avenida Rio Branco, próximo ao Seminário de Santo Antônio, de onde iniciaram a motociata pela avenida (Foto: Leonardo Costa 12-10-15)
Devotos se concentraram desde cedo na Avenida Rio Branco, próximo ao Seminário de Santo Antônio, de onde iniciaram a motociata pela avenida (Foto: Leonardo Costa 12-10-15)

Na manhã desta segunda-feira (12), centenas de pessoas participaram da 20ª Motociata em homenagem à Nossa Senhora Aparecida em Juiz de Fora. Vestindo camisas com a imagem da santa, os devotos se concentraram desde cedo na Avenida Rio Branco, próximo ao Seminário de Santo Antônio, no Bom Pastor, Zona Sul, e, por volta de 10h30, desceram a via. Cercada de pétalas de rosas, a imagem da padroeira do Brasil foi levada em uma das motos e seguiu em cortejo até o Bairro Manoel Honório, de onde retornou subindo a avenida até a Catedral Metropolitana.

O dia foi de agradecimento e muita emoção para os devotos da santa. Um deles, o motoboy Leandro Mendes da Silva, que completa 33 anos nesta terça (13), é um exemplo de superação pela fé. Em 2013, a reportagem da Tribuna o encontrou na saída da procissão, recém-operado de um câncer de boca. Ele havia saído do Hospital 9 de Julho direto para o cortejo, ainda usando sonda para se alimentar. Hoje, já recuperado, agradecia, junto com sua família, as graças alcançadas. “Já fui a Aparecida do Norte agradecer minha cura e hoje estou aqui novamente. Voltei a trabalhar como motoboy, estou 100% recuperado. É muito emocionante”, disse.

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A dona de casa Maria Rodrigues também foi render graças à padroeira do país. Seu filho, um motoboy de 21 anos, sofreu um grave acidente e saiu ileso. “O caminhão praticamente passou em cima da moto, e ele teve apenas arranhões. É a segunda graça que recebo de Nossa Senhora. Meu filho não pôde estar presente, mas está em oração também”, comentou. Devoto de Nossa Senhora Aparecida, Douglas José Francisquini foi pedir proteção à santa. “É a primeira vez que consigo participar. Trabalho com caminhão e estou sempre na estrada. Hoje, como estou em Juiz de Fora, não podia deixar de estar aqui”, disse.

Algumas pessoas, mesmo sem saber pilotar moto, foram até a Avenida Rio Branco render graças à padroeira. Foi o caso da aposentada Luzia Santos. Ela foi agradecer um milagre recebido. “Minha neta nasceu muito doente, fiz o pedido de cura à Nossa Senhora Aparecida e ela hoje está saudável, completa 3 anos esta semana”, disse, acrescentando que iria esperar a chegada da motociata na Catedral Metropolitana.

Na Catedral

Às 12h30, os devotos foram acolhidos pelo arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, dom Gil Antônio Moreira, na Catedral Metropolitana. Seguindo a tradição, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi conduzida por uma motocicleta até o altar, permanecendo no local até o fim da missa. Os motociclistas receberam uma benção especial das chaves e invocaram a proteção da padroeira.

Os participantes da motociata ainda fizeram uma boa ação: duas latas de leite em pó eram trocadas por uma camisa do evento. Segundo um dos organizadores, Antônio Carlos Lourenço, que organiza a motociata desde o primeiro ano, o material arrecadado será doado ao Grupo Casa, que ajuda pessoas com Aids. “Comecei a fazer a motociata para agradecer uma graça. É muito gratificante ver tantas pessoas unidas em nome da fé”, comentou.

Paróquia reformada

E no dia da padroeira do Brasil, os fiéis do Bairro Linhares, Zona Leste, receberam um presente: a Paróquia Nossa Senhora Aparecida foi entregue à comunidade depois de uma obra de reforma e ampliação. O trabalho, que durou cerca de quatro anos, foi realizado, quase que em sua totalidade, por detentos do Ceresp. O interior da igreja foi reformado e ganhou mais espaço, e um estacionamento foi construído.

Wellington da Costa, 38, é um dos únicos que participou desde o início do projeto. Ele começou quando ainda cumpria pena no Ceresp de Juiz de Fora. Devido ao bom desempenho apresentado durante esse tempo, recebeu alvará de soltura, foi contratado e passou a ser remunerado. “Muitos não acreditam que um ex-detento pode se regenerar. Estou provando a todos que isso é possível”, disse.

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