Dois são presos por homicídio na porta de casa de show


Por Tribuna

14/09/2015 às 19h32- Atualizada 14/09/2015 às 19h37

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Roupas usadas pelos suspeitos foram identificadas e ajudaram na prisão da dupla
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Polícia apresentou a moto utilizada pelos suspeitos na fuga após o crime

Em menos de 24 horas após o assassinato de uma mulher, 34 anos, na porta de uma casa de shows na Avenida Brasil, altura do Bairro Ladeira, Zona Leste, na madrugada de domingo, dois suspeitos, de 24 e 28, foram presos em flagrante. A dupla foi capturada pela equipe da Delegacia Especializada em Homicídios no Bairro Nossa Senhora Aparecida e vai responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima. Conforme o delegado Rodrigo Rolli, responsável pelo caso, a bala que acertou a cabeça de Cíntia Maria Santana teria sido disparada pelos dois amigos, que eram frequentadores da Toca da Raposa. Eles teriam sido retirados do local por seguranças, após uma briga, e retornado armados, minutos depois, para atirar contra os funcionários da casa.

De acordo com o boletim da Polícia Militar, a dupla voltou em uma moto Honda, por volta das 4h, e abriu fogo contra os seguranças. Os suspeitos danificaram o vidro da porta do estabelecimento, e uma das balas atingiu a vítima, moradora do Bairro São Sebastião, na Zona Leste. Conforme o delegado, ela não tinha relação com o tumulto, mas, por uma fatalidade, estava perto dos funcionários no momento dos disparos. “Segundo o namorado dela, o casal se preparava para ir embora. Ele ainda chegou a ver um homem na moto, apontando um objeto, e pediu aos seguranças para abrirem a outra porta, mas houve tempo. Os disparos começaram e um deles atingiu a vítima”, relatou Rolli, acrescentando que Cíntia e o namorado já tinham atuado como seguranças, porém, naquele momento, ambos eram apenas frequentadores da Toca da Raposa.

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Conforme o inspetor da Especializada Anderson Salvador, as buscas pelos suspeitos começaram tão logo a Polícia Civil recebeu a informação do crime. “Tivemos acesso às imagens do circuito de segurança da casa de shows, o que nos ajudou a identificá-los. A roupas que eles vestiam na hora do crime e o capacete utilizado para danificar a porta do estabelecimento, encontrados nas casas deles, foram primordiais para a prisão”, afirmou o inspetor, lembrando que ainda foi encontrado maconha com o suspeito mais velho.

Vítima
Depois de baleada, a mulher chegou a ser socorrida pelo Samu, sendo encaminhada ao Hospital de Pronto Socorro (HPS), onde deu entrada em estado grave na sala de cirurgia. Ela não resistiu ao grave ferimento e faleceu às 6h40, menos de três horas depois, segundo a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde. O corpo foi encaminhado para necropsia no Instituto Médico Legal (IML). Cíntia foi velada no Cemitério Municipal e sepultada na manhã de ontem. Segundo familiares, ela deixou quatro filhos e uma neta.

Sem histórico de violência

Segundo o comandante da 70ª Companhia da PM, responsável pelo policiamento da região onde está localizada a Toca da Raposa, capitão Eduardo Rocha, a casa noturna não tem histórico de crimes violentos em seu entorno, e o policiamento naquela região é feito de forma constante por meio de viaturas. “Voltaram para se vingar dos seguranças e, infelizmente, aconteceu essa tragédia”, atestou o policial.

O presidente da Escola de Samba Unidos do Ladeira, responsável pela Toca da Raposa, Marcus Valério Mendes, enfatizou que o crime aconteceu do lado de fora do estabelecimento, que estava alugado para um evento de pagode. “O show já tinha acabado, e os caras (que atiraram) estavam na esquina.” Ele declarou que as imagens das câmeras de vigilância foram entregues à polícia e possibilitaram a prisão dos suspeitos. “Temos todo o tipo de segurança, inclusive com 26 câmeras, que gravam tanto a parte interna, quanto a externa.”

 

Terceiro assassinato

Esse foi o terceiro homicídio registrado neste fim de semana na cidade. Os outros dois casos aconteceram na madrugada de sábado. Em Nova Benfica, Zona Norte, o sargento reformado da Polícia Militar José Carlos Leôncio, 51, foi alvejado por três tiros em um bar. Atingido por um disparo na cabeça e dois no tórax, ele não resistiu e morreu no HPS. Dois suspeitos foram presos. Junto com mais um ou dois comparsas, eles teriam cercado o homem no estabelecimento após descobrirem que ele era policial. Um revólver calibre 22 foi apreendido.

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Já no Bairro JK, Zona Sudeste, Fábio da Silva Costa, 35, foi assassinado com sete tiros dentro de casa. Segundo a PM, a mãe da vítima relatou que ouviu barulho de disparos e, ao entrar no quarto do filho, o encontrou sobre a cama. O Samu constatou o óbito.

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