Vans e ônibus tomam avenidas em protesto
Cerca de 80 motoristas e proprietários de vans e ônibus protestaram por cerca de três horas e meia, na manhã desta quarta-feira (19), percorrendo as principais avenidas da cidade, contra a Resolução 4.777 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que entrou em vigor no início deste mês, alterando a regulamentação do serviço de transporte rodoviário coletivo interestadual e internacional de passageiros em regime de fretamento. As exigências de utilização dos veículos do tipo micro-ônibus ou ônibus, na categoria aluguel, com até 15 anos de fabricação, e a restrição de viagens de vans a 540 quilômetros por licença, incluindo ida e volta, são os principais pontos contestados pela categoria.
Após a concentração por mais de uma hora na Avenida Brasil, próximo ao Terminal Rodoviário Miguel Mansur, os motoristas seguiram em comboio, depois das 9h, pela Rio Branco, fazendo buzinaço e causando lentidão no trânsito. À frente, no carro de som, um dos manifestantes gritava: “Queremos mostrar para a população a qualidade dos nossos veículos.” A carreata seguiu pela Avenida Itamar Franco, liderada por protestos: “Todo mundo tem que rodar, todo mundo tem que trabalhar! Não podem tirar essas vans. Isto é muito sério.”
Não houve grandes transtornos no tráfego porque os manifestantes ocuparam apenas uma das faixas das avenidas percorridas, e agentes da Settra e policiais militares ficaram posicionados em pontos estratégicos, como no Parque Halfeld, na esquina da Rio Branco com a Itamar e na rotatória próxima à Curva do Lacet. Para o motorista Rossi Ramos, “o objetivo foi chamar a atenção da população a respeito da nossa indignação contra essa resolução”.
O percurso continuou pelas avenidas Doutor Paulo Japiassu Coelho, no Cascatinha, e Deusdedit Salgado, até a BR-040. Já na rodovia, o grupo foi acompanhado por uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) até o Expominas, onde houve a dispersão.
Segundo um dos organizadores, Douglas Rocha, o resultado foi positivo. “A manifestação aconteceu da forma pacífica e ordeira que queríamos. Passamos nosso recado. Agora vamos esperar que as autoridades em âmbito nacional possam rever essas questões propostas na resolução”, disse ele, referindo-se à norma que limita em 15 anos a idade máxima da frota e restringe as viagens de vans a 540 quilômetros ida e volta.