À moda espanhola


Por JULIANA NETTO

21/06/2015 às 04h00- Atualizada 23/06/2015 às 08h55

Diego posa na quadra da UFJF, que conhece tão bem e para onde pode estar voltando (Olavo Prazeres/18-06-15)

Diego posa na quadra da UFJF, que conhece tão bem e para onde pode estar voltando (Olavo Prazeres/18-06-15)

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Se no futebol o Brasil teve cinco filhos da terra campeões espanhóis pelo Barcelona este ano – Adriano, Daniel Alves, Douglas, Rafinha e a estrela maior Neymar -, no vôlei a situação, mesmo que em desigualdade numérica, seguiu pelo mesmo caminho vencedor dos gramados. E um juiz-forano está entre os responsáveis por dar o título da temporada ao Almería Voley, uma das mais tradicionais equipes da Espanha, que chegou ao décimo título nacional de sua história após bater o rival Teruel, fora de casa.

Revelado pelo Bom Pastor e integrante da equipe da UFJF na temporada 2011/12, o central Diego Almeida, 28 anos, que retornou à cidade natal no último domingo, comemora o título e a experiência adquirida na Andaluzia. Recuperado de uma lesão no músculo adutor da perna direita, o atleta foi decisivo na série melhor de cinco da decisão.”Comecei o campeonato como titular, mas acabei afastado por três semanas em função do problema físico. Voltei justamente na reta final. Ganhamos os dois primeiros jogos em casa, perdemos o terceiro e voltamos a vencer na quarta partida, mesmo após estarmos perdendo de 2 sets a 0. Acabei entrando no terceiro set e, felizmente, consegui ajudar a virar o marcador”, revela o central, que marcou 7 pontos na partida. “O Almería completa 25 anos este ano e vinha amargado um longo jejum sem conquistar a Superliga espanhola. Vencer de virada, na casa do adversário e ainda conquistando o décimo título foi muito bom”, comemora.

Além da medalha de campeão nacional, Diego ostenta com orgulho a lembrança da conquista da Copa do Rei, em 2014, e do vice da mesma competição, em 2015. Curtindo as férias em Juiz de Fora e analisando três propostas, o atleta local faz uma avaliação positiva das duas temporadas europeias. “Lá a estrutura é muito boa, melhor que a maioria dos times do Brasil. Evoluí muito. Houve uma boa troca de escolas, já que meu técnico era italiano, o ponteiro era venezuelano, e o oposto, austríaco”, analisa o juiz-forano, que acabou contando também com a presença do ponteiro Sérgio Félix, que jogou a temporada 2014/2015 pela UFJF, na reta final do campeonato. “O venezuelano se lesionou e acabaram perguntando se eu não conhecia um atleta brasileiro que pudesse substituí-lo. Como a Superliga daqui estava chegando ao fim, o Sérgio se transferiu para lá e acabou nos ajudando na conquista.”

Passado e – por que não? – futuro em JF

Mesmo do alto dos seus 2m03cm, por pouco o futuro profissional de Diego não foi parar nos gramados. Até 2004, o garoto fazia parte da equipe de futebol do Sport Club. A mudança de modalidade veio a partir da conquista do ouro da Seleção masculina de vôlei nas Olimpíadas de Atenas, ao ver os conterrâneos Giovane Gávio e André Nascimento presentes no elenco bicampeão olímpico. “O empurrãozinho começou ali”, revela.

Descoberto pelos técnicos Dênis de Souza e Marcus Vinícius (Didi), naquele ano o garoto trocaria o Sport pelo Clube Bom Pastor e, mais tarde, com o auxílio do treinador Flávio Villela, seguiria rumo a sua primeira experiência como jogador profissional no Unisul. Pouco tempo depois, era comandado pelo próprio Giovane Gávio na equipe catarinense. Após passagens pelo Vôlei Futuro e pelo Sesi-SP, e de novo comandado por Giovane, o atleta voltou a Juiz de Fora para compor o elenco da UFJF. Destacando-se na Federal, recebeu o convite para defender a equipe gaúcha do Canoas por duas temporadas, transferindo-se logo depois para a Espanha.

Analisando propostas da Argentina, do Maringá e da própria UFJF, Diego se diz feliz pelo assédio, mas não esconde a vontade de voltar a defender a cidade natal. “Se pudesse escolher, gostaria de ficar”, não hesita.

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‘UFFLA’

Perguntado sobre a possível parceria entre o time de Juiz de Fora e o Flamengo, o atleta se mostra otimista, manifestando o desejo de participar do projeto. “Como a economia não anda bem, o que vem comprometendo a manutenção dos clubes, seria uma saída interessante para a sequência da equipe. A marca Flamengo tem um peso muito forte e viria melhorar algumas questões da equipe, já com quase uma década de trabalho. Espero que a parceria seja consolidada, com a chegada de novos profissionais, com a montagem de um time competitivo e com uma ótima temporada.”

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