Menina morta após espancamento já havia sido agredida dias antes
A menina Luana Silva da Rocha, 2 anos, morta após ser espancada, já havia sido agredida uma semana antes do seu assassinato. A informação foi passada na manhã desta quarta-feira (13) pelo titular da Delegacia de Homicídios, Rodrigo Rolli, após ouvir novamente o padrasto e a mãe da menina, suspeitos de terem cometido o crime. Conforme Rolli, após avaliar o laudo de necropsia do corpo da vítima, ele percebeu que havia uma escoriação no rosto, característica da agressão. “O ferimento já apresentava escamações, que aponta que ocorreu há alguns dias. O padrasto, em depoimento, confessou essa outra agressão e disse que ela aconteceu uma semana antes do assassinato. Isto mostra que a morte da criança já era uma tragédia anunciada”, comentou.
Luana foi levada pelo casal já sem vida ao Pronto Atendimento Infantil (PAI), na última quarta-feira. No Instituto Médico Legal foi comprovado que a menina morreu em decorrência de múltiplas fraturas e lesões internas após ser agredida na casa onde vivia com a mãe e o padrasto, no Bairro Granjas Bethânia, Zona Nordeste. O casal foi preso durante o velório de Luana.
Conforme o delegado, o padrasto de Luana alegou hoje que o casal estava em “brigas constantes, e, em um momento de surto, quando batia na mulher, a agressão atingiu involuntariamente a criança. O que nos causa espanto é tantas agressões, com chutes na cabeça, terem ocorrido em razão de uma discussão com a mãe”, comentou.
Após a nova oitiva, o delegado descartou o pedido de um exame de sanidade mental do casal. “Foi perguntado a eles se já tomaram algum remédio controlado ou fizeram tratamento psiquiátrico, eles negaram e continuam a agir com total frieza. Eles também voltaram a negar uso de drogas ou álcool no dia da morte de Luana. A meu ver, não há necessidade deste laudo psiquiátrico no momento. Caso ache necessário, este pedido poderá ser feito pelo Ministério Público”, comentou.
Sobre a participação da mãe de Luana no crime, Rolli disse estar convicto que ela também agrediu a menina. “A mulher alega para a polícia que não denunciou o companheiro por medo. Porém, os familiares disseram que durante o velório ela mostrou total tranquilidade e foi indagada, longe do homem, sobre um possível assassinato e negou. Se estivesse coagida realmente, ela teve chance de denunciar o homem e não fez. Isso nos leva a crer por completo na participação dela no assassinato de Luana”, afirmou.
O pai biológico da criança não foi localizado para prestar depoimento. Rolli também comentou que a filha do casal, de 2 meses, está em Simão Pereira, sob guarda provisória de uma irmã do suspeito. O delegado disse que irá concluir o inquérito ainda hoje e remetê-lo à Justiça amanhã, com pedido de transformação na prisão preventiva em temporária. A dupla será indiciada por homicídio triplamente qualificado. Após depoimentos, a mulher foi reencaminhada à Ariosvaldo Campos Pires, e o homem, reconduzido ao Ceresp.