Jogo político
Na entrevista em que abordou os bastidores da Universidade, ora agitados por rumores de uma possível renúncia do reitor Júlio Chebli, o professor Henrique Duque, que já dirigiu a instituição, ampliou a pauta para um tema que já está nas ruas: a eleição municipal de 2016. Embora ninguém saiba em que formato elas vão ocorrer – se para um mandato de cinco anos ou para um tampão de apenas dois, ou nos atuais moldes – ele admitiu que, agora desonerado, irá se filiar a um partido político. Chegou a ensaiar no ano passado e também em 2012, mas nas duas ocasiões pesou sua opção pela Universidade. Tinha uma agenda de projetos que, no seu entendimento, não poderiam sofrer solução de continuidade.
Duque não antecipou a sigla, mas o simples fato de se apresentar coloca a discussão na mesa. Além dele, entrarão em pauta a busca pela reeleição do prefeito Bruno Siqueira, a possível indicação, pelo PT, da deputada Margarida Salomão e a primeira tentativa dos deputados Júlio Delgado (PSB), Noraldino Júnior (PSC) e Antônio Jorge Marques (PPS). Acrescente-se à lista dos possíveis postulantes uma candidatura tucana, ora indefinida pelo partido.
A antecipação do debate não surpreende, pois o país, com eleições de dois em dois anos, vive essa ciranda desde a redemocratização. Passado o pleito municipal, já se fala nos governos estaduais e na presidência. Eleitos esses, a questão se volta para o município, fazendo das instâncias de poder um palanque permanente. Os defensores da coincidência das eleições, isto é, de vereador a congressista, de prefeito a presidente, usam esse argumento, pois ninguém consegue governar já pensando no próximo mandato.
A reforma política deve jogar luzes nesses pequenos impasses. Até lá, mesmo desconhecendo sob quais regras irão para o “ringue eleitoral”, os pré-candidatos já se movimentam. É do jogo.