Efeito especial


Por RAPHAEL PANARO - AUTO PRESS

26/03/2015 às 06h00

Modelo fechou o ano de 2014 como o terceiro carro de passeio mais vendido no país

Modelo fechou o ano de 2014 como o terceiro carro de passeio mais vendido no país

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O Chevrolet Onix é um “case” de sucesso no mercado brasileiro de automóveis. Lançado em novembro de 2012, o hatch compacto caiu rápido no gosto do público. Os números mostram isso. O modelo fechou 2014 como o terceiro carro de passeio mais vendido em território nacional. Foram exatas 150.829 unidades emplacadas. Ficou atrás apenas do Fiat Palio – 183.741 – e do Volkswagen Gol – 183.356. E 2015 aponta para mais um ano de êxito. Em janeiro, o Onix subiu um posto e registrou o segundo lugar nas vendas, atrás apenas do hatch da Fiat. E ao contrário de outras fabricantes, a marca norte-americana não criou logo de cara uma variante aventureira – como tornou praxe no segmento – para tentar alavancas os números. A General Motors remou contra a maré e optou por explorar primeiro a esportividade. Em novembro de 2014, contemplou o Onix com a versão Effect.

Assim como nos descontinuados Sonic e Agile – os primeiros a receberem esse mesmo pacote de personalização esportiva -, a GM fez apenas mudanças estéticas no Onix Effect. A grade dianteira e os retrovisores ganharam um tom preto – e os faróis, máscara negra. Há ainda luzes de neblina, lanternas com detalhes escurecidos, rodas de 15 polegadas em tom grafite calçadas em pneus 185/65, além de decalques coloridos no capô, nas laterais e na tampa do porta-malas. A versão ainda é identificada pela inscrição “Effect” na lateral. Outro destaque é o teto totalmente em preto brilhante destoando da carroceria, que pode vir em branco “Summit” ou vermelho “Pepper”. Na traseira, uma espécie de difusor também pode ser visto.

A imagem esportiva do Onix Effect continua no habitáculo. O volante é emprestado do finado Agile e tem uma empunhadura mais espessa e também a base reta, além de ser multifuncional. O interior conta com uma previsível cor vermelha – que está sempre associada à ideia de esportividade. O tom está presente no volante, nas molduras das saídas de ar no painel, nas costuras do couro da alavanca de câmbio e também dos bancos. Há ainda tapetes bordados e quadro de instrumento com grafismo alusivo à versão.

Toda esportividade encontrada no Onix fica restrita ao design. Sob o capô, está o modesto motor bicombustível 1.4 litro. Ele produz máximos 106cv a seis mil rpm e 13,9kgfm a 4.800 giros de torque com etanol. Abastecido com gasolina, os números caem para 98cv e o torque fica em 13kgfm – nos mesmos regimes. O propulsor vem exclusivamente acoplado a uma transmissão manual de cinco marchas. Isso ajuda na hora de cumprir o zero a 100km/h, que fica em 10,4 e 10,5 segundos com etanol e gasolina, respectivamente. A velocidade máxima é de 180km/h, independentemente do combustível no tanque.

O visual “nervosinho” do Onix Effect não reflete no desempenho, e nem na tabela de preço. Mesmo com os apliques estéticos, o hatch custa os mesmos R$ 50.330 da versão em que se baseia, a topo de linha LTZ. Traz de série ar-condicionado, direção hidráulica, banco do motorista com regulagem de altura, alerta para esquecimento do cinto de segurança, travas e vidros elétricos dianteiros com comando na chave e a central multimídia My Link.

Para compor o personagem esportivo do Onix, a Chevrolet instalou saias laterais, para-choques mais robustos e uma espécie de difusor na traseira. A GM aproveitou e escureceu as rodas, os retrovisores, a grade, o teto e os faróis ainda adotam máscara negra. A “rebeldia” resultou ainda em “tatuagens”, que podem ser vistas no capô, portas e porta-malas.

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Como em toda mudança de conceito, uma preparação interna precisa ser feita. E no Onix Effect resultou em um acabamento com toques de vermelho em diversos pontos do habitáculo, mas sem exageros. O volante, proveniente do Agile, é de melhor pegada e a base reta dá maior segurança ao efetuar curvas mais fechadas. Ele ainda traz botões que controlam o sistema My Link e permitem ao condutor mudar as estações do rádio e fazer ou aceitar ligações telefônicas.

Porém, essa composição do Onix Effect não é nada radical. A dinâmica do acertado hatch segue intacta. O “manjado” motor 1.4 litro de máximos 106cv e 13,9kgfm de torque é honesto, mas não garante ao motorista se sentir dentro de um dos filmes da série “Velozes e Furiosos”. A suspensão é outro item que joga contra a esportividade. Ela é ótima para filtrar as lunáticas ruas do Brasil, mas fica devendo em uma tocada mais entusiasmada. Para um uso pacato, o propulsor e a transmissão manual de cinco marchas são suficientes para encarar o trânsito nas cidades. A direção tem peso correto e a embreagem é sutil, assim como os engates do câmbio. O Onix Effect é um cordeiro em pele de lobo.

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