Famílias ficam desalojadas após destelhamento na Zona Norte


Por Renata Brum

01/10/2014 às 11h53- Atualizada 01/10/2014 às 20h36

Atualizada às 20h35

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A tempestade da última terça-feira deixou vários imóveis destelhados no Residencial Miguel Marinho, próximo ao Bairro Ponte Preta, na Zona Norte. Cerca de 20 famílias foram afetadas. Em alguns prédios, toda a estrutura do telhado foi levada pelos ventos, como caibro, telhas e até tampas de caixas d’água, que acabaram atingindo outros imóveis. Por sorte não houve feridos. Sem a cobertura, houve infiltrações em quase todas as moradias, e a água descia pela rede elétrica, atingindo caixas de luz e tomadas. Para evitar descargas elétricas, a Cemig orientou os moradores a desligarem os relógios. Os ventos de até 65km/h não só trouxeram novos problemas, como expuseram as falhas estruturais enfrentadas por moradores que habitam os 344 apartamentos inaugurados há menos de dois anos. Muitos dos imóveis apresentam rachaduras nas paredes e alguns dos terrenos estão com trincas. Apesar dos prejuízos, nenhuma família foi desalojada.

“O problema é que a gente liga para a Caixa e nos informam que temos que esperar cinco dias. Mas como vamos fazer se chover de novo? A água desceu de todo o lado, pelos apagadores, pelas tomadas e pelo teto. Estamos também sem energia. Precisamos solucionar isso mais rápido”, cobrou a diarista Elaine Garcia Moreira, 38 anos, que mora em um dos prédios parcialmente destelhado.

Na Rua José Luiz Halfeld, os danos foram ainda maiores. Dois dos sobrados habitados por oito famílias foram totalmente destelhados. De um deles, a estrutura voou completamente atingindo os prédios da via de baixo. “Parecia um tufão, foi tudo muito rápido. Telhas e tampas de caixas d’água voaram, e os caibros que sustentam o telhado chegaram a atingir outros imóveis. Um deles entrou na janela do meu quarto e foi parar sobre a minha cama. Por sorte, não houve feridos”, relatou Sheila Ramos, representante da comissão de moradores do bairro.

Outro caibro foi parar sobre o telhado da casa da auxiliar administrativa Renata Bertante Silva, 39, quebrando as outras telhas que ainda restavam. Outros moradores ainda reclamam de problemas de infraestrutura anteriores à chuva. “Os fundos da minha casa está afundando. A Defesa Civil constatou isso e disse que as rachaduras só vão aumentar”, disse a dona de casa Charlene Cristina Vicente, 32.

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 Promessas de melhoria

Representantes da Defesa Civil e Emcasa estiveram no local ontem. De acordo com a Defesa Civil, não há comprometimento na estrutura física dos imóveis, mas foi feita a orientação à Emcasa para recompor os telhados. Ao todo, um bloco teve destelhamento total e outro parcial. Além disso, foram identificadas infiltrações em 12 apartamentos e avarias, como vidros quebrados, em outros seis.

Durante a manhã, o secretário da Emcasa, Luiz Cláudio Santos, admitiu que assistentes sociais faziam levantamentos para verificar quantas famílias deveriam deixar suas casas, já que cerca de 20 haviam sido afetadas. No início da noite, no entanto, a assessoria de comunicação da Prefeitura informou que apenas uma família preferiu se abrigar na casa de parentes, mas por opção. Também foi informado que, durante uma reunião à tarde com a Caixa, ficou acordado que a seguradora do banco irá ao local hoje avaliar a situação e repassar os reparos necessários para a construtora.

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