Minas recebe doses de vacina contra varíola dos macacos, mas JF fica de fora
Primeira remessa enviada pelo Ministério da Saúde conta com 1.101 doses de imunizante; a princípio, Juiz de Fora não será contemplada
Minas Gerais recebeu, nesta terça-feira (14), as primeiras doses para a vacinação contra a varíola dos macacos (monkeypox). Ao todo, a primeira remessa enviada pelo Ministério da Saúde conta com 1.101 doses do imunizante. A aplicação será direcionada a adultos de 18 anos ou mais, considerados de alto risco para infecção por varíola ou pelo próprio monkeypox. A princípio, não há quantitativo previsto do imunizante para Juiz de Fora, de acordo com o que foi apurado pela Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora junto à Superintendência Regional de Saúde.
Conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), a Unidade Regional de Saúde de Juiz de Fora, com 37 cidades da área de abrangência, irá receber 64 doses da primeira remessa da vacina. A pasta informou que a divulgação do quantitativo de doses terá apenas detalhamento em nível regional, e não por municípios.
De acordo com o órgão, a decisão tem como intuito evitar exposição de pessoas que compõem o público-alvo, especialmente em municípios pequenos, considerando o número reduzido de doses. “Dessa forma, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e com base no princípio da anonimização, evita-se a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um indivíduo.”
Doses para pré e pós-exposição
Conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), das doses recebidas, 1.077 serão utilizadas para a vacinação pré-exposição. Neste caso, a recomendação é para que a imunização aconteça em pessoas vivendo com HIV/Aids. Este público-alvo inclui homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais, com idade igual ou superior a 18 anos e com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses. Além disso, profissionais de 18 a 49 anos que trabalham diretamente com Orthopoxvírus em laboratórios com nível de biossegurança 3 (NB-3) também devem ser imunizados.
Outras 24 doses serão destinadas para a vacinação pós-exposição: pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas com casos suspeitos, prováveis ou confirmados de monkeypox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco, conforme recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). A princípio, apenas Belo Horizonte receberá essas doses.
“Para esta vacinação, serão disponibilizadas doses do imunizante para os municípios que tenham tido circulação do vírus nas últimas 12 semanas, definido como dez ou mais casos nas últimas 12 semanas. No estado de Minas Gerais, apenas o município de Belo Horizonte está incluído no critério para vacinação pós-exposição definido pelo Ministério da Saúde”, explica a coordenadora Estadual de Imunizações da SES-MG, Josianne Gusmão, por meio da assessoria da pasta.
Ainda de acordo com Josianne, o esquema de vacinação contará com duas doses da vacina MVA-BN Jynneos. O intervalo de aplicação entre cada uma é de 28 dias.
Conforme a SES-MG, as vacinas serão conferidas na Central Estadual de Rede de Frio, em Belo Horizonte, e enviadas para as Unidades Regionais de Saúde para repasse aos municípios. Estes, por sua vez, irão organizar a administração das vacinas no público-alvo.
Casos em Minas
O último boletim da SES-MG, divulgado no dia 10 de março, aponta que Minas Gerais registrou 619 casos de monkeypox confirmados por exames laboratoriais. Outros 2.457 foram descartados, além de 73 casos suspeitos. Até então, o estado teve três óbitos causados pela doença.
Como destacado pela pasta, a monkeypox não é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST), já que pode infectar qualquer pessoa por meio de contato próximo com indivíduos contaminados. Assim, em casos suspeitos da doença, é recomendado o isolamento imediato para que o vírus não se espalhe, e o paciente deve procurar atendimento médico.