Mulher acusa médico radiologista de a ter violentado durante consulta
Vítima teria sido tocada nas partes íntimas sem luvas e questionada se “estava gostando”; radiologista foi preso na noite de quarta-feira (1º), no Rio de Janeiro
Uma mulher de 26 anos, afirma ter sido violentada durante uma consulta pelo médico radiologista no Rio de Janeiro. O profissional foi preso em flagrante por violação sexual mediante fraude. A vítima teria sido pedida para se estimular sexualmente para a identificação de um cisto no ovário, contudo, o médico teria dito que ela não estava fazendo certo e tocou nas partes íntimas sem luvas.
De início, a paciente teria adquirido um pacote para realizar vários exames, sendo que apenas a mamografia estava prevista para o dia. Contudo, o radiologista disse para realizar também o exame transvaginal, pois estava incluído no pacote e era de graça. Em depoimento, a vítima contou que o médico teria identificado um cisto no ovário, alegando não estar conseguindo visualizá-lo e que ela precisaria se estimular sexualmente. O radiologista teria começado então a apalpá-la na barriga, mas disse que estava difícil encontrar o ovário e que seria preciso que ela mesmo tentasse.
“Eu não estava entendendo o que queria. Nesse momento, ele ficou agressivo: ‘Não é assim! Deixa eu te mostrar como é que faz!’, e aí ele começou a tocar minha parte íntima”, relata a vítima, contando que permitiu ser tocada por confiar no especialista, mas que percebeu que o mesmo estava sem luvas. O médico então a questionou se ela “estava gostando” e colocou uma cadeira atrás da porta.
De acordo com o relato, a vítima quis sair do local quando notou que alguém queria entrar na sala, mas que foi segurada pelo braço. A recepcionista então bateu novamente na porta e o médico a abriu. Neste momento a vítima foi para o banheiro, se vestiu e escreveu no celular para a recepcionista “acho que ele abusou de mim”, que não esboçou reação.
A jovem foi para a recepção encontrar uma amigo que a aguardava, e foi para a delegacia com uma equipe do 19° BPM. O caso segue sendo investigado pela 12ª DP (Copacabana). O médico negou o abuso, mas a polícia o prendeu de forma preventiva, por importunação sexual mediante fraude, cuja pena varia de 2 a 6 anos de prisão. O profissional possui uma passagem na polícia também por importunação sexual, quando em 21 de setembro de 2020 teria abusado sexualmente de uma mulher dentro de uma clínica. O caso segue sendo investigado.
O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) se posicionou em nota que está apurando os fatos. A rede Clínica da Cidade declarou que “lamenta qualquer episódio de violência contra a mulher” e que “com 20 anos de história, a rede é reconhecida pelo bom atendimento, pela ética e pela competência”. Ainda, alegou que prestou todo o amparo à paciente desde que o fato veio à tona, estando à disposição das autoridades para colaborar com as investigações”.