Giulia Aguiar de volta ao tênis

Após se recuperar de problemas de saúde, juiz-forana intensifica preparação e foca na busca pelo top-15 Brasil em 2023


Por Davi Sampaio, estagiário sob a supervisão de Carolina Leonel

21/02/2023 às 07h00

Este ano, Giulia afirma estar focada e tem intensificado preparo para temporada 2023 (Foto: Leonardo Costa/ Arquivo TM)

No esporte, um problema de saúde pode ser decisivo para a carreira de um atleta de alto nível. A recuperação, portanto, depende de muitos fatores. No caso da juiz-forana Giulia Aguiar, tenista profissional, força e fé foram determinantes. A jovem de 21 anos pegou Covid-19 em fevereiro do ano passado e precisou ficar internada por complicações de uma septicemia. Teve alta, mas foram precisos cerca de dois meses para que conseguisse recuperar seu ritmo de treino. Como se não bastasse o caso inicial, ela precisou novamente interromper as atividades por conta de seis reinfecções na garganta. Nem mesmo os antibióticos faziam efeito e o problema se tornou crônico. Giulia, entretanto, seguiu com o tratamento, conseguiu disputar competições no segundo semestre, e agora garante estar “200%” para a temporada de 2023, depois de realizar uma cirurgia para a retirada das amígdalas.

“Meu ano de 2022 foi bastante confuso, aconteceu tudo isso. Apesar das pausas, no 1° semestre, me esforcei bastante para tentar recuperar o meu ritmo de treinos para poder competir e aproveitar da melhor maneira possível o restante da temporada. Consegui dar sequência aos meu treinamento aqui e em agosto fui para Portugal, tive lá como base e joguei alguns torneios do circuito profissional mundial feminino e campeonatos portugueses. Foi um período de aprendizado gigantesco, trabalhei muito, dividi as quadras com grandes jogadoras. Colhi alguns frutos, porque voltei na posição 1.290° do mundo no ranking da WTA (Women Tennis Association) de duplas e entre as 15 melhores brasileiras. Na simples ainda não consegui resultados, mas continuo trabalhando por eles. Os meses por lá me estimularam muito a continuar trabalhando e sonhando com mais”, declara Giulia à Tribuna.

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Recuperada, a tenista tem realizado atividades de pré-temporada com seu irmão e treinador, Thiago Aguiar, no Arena Tênis Clube. “Para 2023 minha primeira meta é dar sequência aos treinos e competições sem interrupções. Planejo continuar jogando os torneios da WTA e buscar cada vez melhores performances. Pretendo voltar a Portugal em março, porque faço parte do time de atletas da Escola de Tênis da Maia e também os represento nas competições por lá. Quero estar entre as 15 melhores brasileiras nas simples e entre as dez melhores nas duplas, ficando entre as mil melhores do mundo nas simples e as 800 melhores nas duplas. Além disso, quero evoluir em aspectos táticos do meu jogo, que são parte imprescindível para que eu consiga atingir as outras meta”, busca a atleta.

Para recuperar sua condição física e poder disputar os principais campeonatos, Giulia faz treinos na quadra de tênis de cinco a seis vezes por semana, de 6 a 7 horas por dia, além de outras atividades. “São cerca oito ou nove períodos em quadra por semana, com duração de duas horas cada, com cerca de 15 minutos antes de aquecimento e 15 minutos depois de alongamentos. Além disso, faço uma hora de preparo físico quatro vezes na semana e também exercícios preventivos e fortalecimentos gerais auxiliados pela equipe de fisioterapia”, detalha. O foco para estar bem no esporte precisa ser utilizado também na vida pessoal, segundo Giulia. “Tomo cuidado com a alimentação, para dar conta de todos os treinos faço acompanhamento. Também estudo dados estatísticos e táticas de jogo cerca de 2 horas por semana.”

Propósito

Presente em competições profissionais desde o final de 2021, Giulia começou a trilhar seus caminhos para viver no tênis ainda com 12 anos. “Nessa idade, comecei a treinar e disputar torneios juvenis brasileiros. Joguei o circuito brasileiro e sul-americano nas categorias 14 e 16 anos e os mundiais juniores com 18 anos. Sempre treinei com o comprometimento que tenho hoje como profissional, apesar de antes as demandas serem bem menores”, conta a garota.

Mesmo com todas as dificuldades que teve no ano passado, a juiz-forana acredita que é preciso vibrar com o processo. “Temos que comemorar o dia a dia e as pequenas conquistas. Sou fã do Bernardinho (treinador de vôlei) e ele diz que para ser atleta, durante todos os dias, é preciso ser verdadeiro com seus sentimentos, faminto por evoluir e determinado com o que você quer conquistar. Acho que isso serve para todos os momentos, mas, especialmente, para os mais complicados, porque resume bem as coisas que precisamos nos lembrar que nos fizeram chegar onde chegamos e do que precisamos fazer para chegar ainda mais longe”, entende Giulia.

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