A trajetória de um preparador de muitos goleiros

Fora dos gramados no momento, Negrette Silva acumula experiência de atuação nos quatro times juiz-foranos e não descarta a possibilidade de voltar aos clubes


Por Davi Sampaio, sob supervisão da editora Carolina Leonel

09/02/2023 às 07h45

 

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O preparador durante sua passagem pelo Sport (Fotos: Arquivo Pessoal)

Se tornar referência ao ponto de trabalhar nos quatro clubes da mesma cidade que possuem – ou já tiveram – equipes profissionais. O preparador de goleiros Negrette Silva, de 38 anos, havia sido anunciado como o responsável pelos arqueiros do Tupi nesta temporada, mas por conta de divergências de horários, não estará no Carijó neste ano. Apesar disso, ele já tinha trabalhado anteriormente no time de Santa Terezinha. Negrette também atuou no Sport, Tupynambás e Villa Real, se tornando um dos únicos profissionais de Juiz de Fora a alcançar esse feito.

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“Sempre fui muito bem recebido em todos os times, sou muito grato a quem me ajudou a conquistar tudo isso, os que estiveram do meu lado. Acredito que represento muita gente, porque visto a camisa, sempre faço o meu melhor. Não continuei no Tupi esse ano porque tenho outro trabalho e os horários dessa vez não bateram. Mas estou esperando uma nova oportunidade em clubes, sempre aberto a novos desafios”, diz Negrette, que também realiza preparações individuais de goleiros.

De goleiro a preparador

 

Quando pequeno, Negrette jogava futebol nos campos de várzea e na rua, sempre como goleiro. Quando tinha nove anos, foi para o Tupi, lugar em que disputou todas as categorias de base. Ele chegou ao profissional, realizou treinos, mas não chegou a jogar. “Parei com 18 para 19 anos, comecei a trabalhar em uma gráfica de Juiz de Fora. Mas sempre tive a vontade, se não fosse atleta profissional, de estar fazendo parte do futebol”, conta. Anos depois, quando já tinha 21, sua pretensão foi concretizada.

“Tive a oportunidade de começar no Tupi na categoria juniores como preparador de goleiros, em 2006. Consegui mostrar um bom trabalho e fomos campeões no Regional. E a partir daí, meu trabalho começou a fluir. No profissional, iniciei em 2009, como auxiliar do Walker Campos, ao mesmo tempo em que era o preparador do sub-20 “, conta Negrette, que possui licenciatura em educação física e está no processo para se tornar bacharel na área.

Um ano depois, Negrette decidiu vestir verde e branco. “O preparador de goleiros do Sport, Luís Cláudio Laudiosa, foi para o Haiti. Aí eu tive a chance e fui contratado. Peguei o trabalho em andamento, estava jovem ainda, com 24 anos. Na época, disputamos a Terceirinha, mas não conseguimos o acesso”, relembra.

E não demorou para que Negrette retornasse ao Carijó, justamente em um dos anos mais gloriosos da história do clube. “Continuei comandando o sub-20 e sendo auxiliar do Walker (então preparador do clube) no profissional. Fiz parte da equipe campeã do Brasileirão Série D, que ficou marcada na história”, vibra o profissional, que em 2013 se sagrou também campeão do Interior.

Já entre 2015 e 2016, Negrette decidiu assumir dois compromissos: foi preparador de goleiros do Tupynambás no futebol de campo e do Tupi no futsal. “O pessoal até me zoava, brincava falando como podia alguém trabalhar no Flamengo e Vasco ao mesmo tempo”, ri. Em 2018, Negrette retornou em 2018 também para o futebol de campo do Tupi.

Experiências em outras cidades

Após o extenso trabalho em Juiz de Fora, Negrette teve duas oportunidades fora da cidade em 2019, no Figueirense, de São João del-Rei, e no Patrocinense, de Patrocínio, antes de voltar para o Carijó. No ano passado, teve a missão de ser o primeiro preparador de goleiros da história do Villa Real. “Fizemos um bom trabalho, conseguimos ser campeões regionais. Se não fosse o regulamento, teríamos conquistado o acesso. A experiência foi muito boa, ainda mais em trabalhar com atletas só da cidade. Sou juiz-forano, torço muito para os clubes da cidade”, fala o preparador.

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Nesta temporada, o Tupi chegou a anunciar Negrette como preparador de goleiros da equipe principal, mas o acordo não evoluiu por conta de incompatibilidade em relação aos horários de treinamento. Desta forma, no momento, apenas João Rinco fica como o responsável pelos atletas da posição. O Tupi ainda não divulgou se Negrette terá substituto.

 

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