Família de Ibitipoca viaja até o Marrocos para acompanhar o Flamengo no Mundial

O torcedor Jhon, seu pai Adalto e o tio Adelvo Carelli estão em Tanger, onde acontece a semifinal da competição nesta terça, contra o Al Hilal


Por Davi Sampaio, sob orientação da editora Carolina Leonel

07/02/2023 às 11h02- Atualizada 07/02/2023 às 11h54

Família Carelli já viajou cerca de 35 mil quilômetros para acompanhar o time do coração em finais fora do Brasil; para o Mundial, aposta é de vitória contra Real Madrid na final com gol de David Luiz (Foto: Arquivo Pessoal)

Já são cerca de 35 mil quilômetros viajados para assistir ao Flamengo, time de coração, em finais fora do país. Depois de acompanhar o rubro-negro na final da Libertadores de 2019, em Lima, na decisão de 2021, em Montevidéu e no ano passado, em Guayaquil, este ano, a família Carelli, de Conceição do Ibitipoca, distrito de Lima Duarte, viajou até Tanger, no Marrocos, para acompanhar o “mais querido” no Mundial de Clubes, que começou a ser disputado na última quarta-feira (1° de fevereiro). Jhon, seu pai Adalto e seu tio Adelvo Carelli chegaram no último domingo (5) à cidade de Tanger, onde acontecerá, nesta terça-feira (7), às 16h, a semifinal da competição entre Flamengo e Al Hilal. O confronto é uma reedição da semifinal de 2019. Na ocasião, os cariocas venceram por 3 a 1, de virada, no Catar. Quem vencer a semifinal vai esperar seu adversário do duelo entre Real Madrid e Al-Ahly, na quarta-feira.

Segundo Jhon, de 24 anos, o clima no Marrocos é de tranquilidade. “Estou vendo menos pessoas do que nas finais da Libertadores, talvez pela distância e pela cultura. Não está acontecendo aquela invasão, mas em muitos momentos vejo flamenguistas nos trens. Aqui não pode beber em qualquer lugar, têm os lugares certos, e isso entristece o brasileiro”, brinca. “No Marrocos é inverno, e até na beira da praia está frio. Ajuda no clima de ansiedade, já que o peso é maior por ser um mundial”, acredita Jhon.

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Além dos torcedores brasileiros, a população do Marrocos também está dando apoio ao Flamengo, conforme relata o torcedor. “Pelo menos nesse primeiro jogo, a gente passa pelas ruas e as pessoas gritam. São muito receptivos, estão dispostos a nos ajudar. Pensava que seria difícil, por causa da língua, que é o árabe. Mas está sendo bem diferente do que imaginei, muitos aqui falam inglês e espanhol, então consigo me comunicar. Eu e minha família estamos aproveitando para conhecer um pouco da cidade, da cultura. Tem uns lugares religiosos bem legais”, conta.

Confiança e aposta em zagueiro

Em caso de vitória contra o Al Hilal, o Flamengo enfrentará na final o vencedor da partida entre Real Madrid e Al Ahly. O jogo acontecerá na cidade de Rabat, no Estádio Príncipe Moulay Abdellah, a 250 km de Tanger, onde a família está no momento. A confiança é tanta que, mesmo sem a semifinal ter acontecido, os ingressos para a decisão já foram comprados. “Creio que vamos vencer. Os times estão aqui porque são os melhores do seu continente, e mesmo com o adversário tendo jogadores importantes suspensos, penso que será um bom jogo”, declara Jhon, que aposta em um placar de 3 a 1 para o rubro-negro contra o time árabe.

“Já na final, acho que vamos enfrentar o Real Madrid, que também está com bastante desfalques. Mesmo com o Flamengo em baixa e não apresentando o bom futebol muito pela parte física, a torcida vai cantar bastante, mandar boas vibrações para os jogadores conseguirem fazer boas partidas e sairmos vencedores. Chutaria um 1 a 0, com gol do David Luiz”, aposta.

Amor de família

A paixão de Jhon pelo Flamengo veio de seu pai, seu companheiro de viagens. “Comecei a torcer desde muito novo. O primeiro estádio que fui foi em Juiz de Fora (Municipal Radialista Mário Helênio), e depois no Maracanã e no Engenhão. Essa sentimento e vontade de acompanhar foi passado da família, meu pai sempre queria ir nas partidas. Ele conta também da época que ouvia (os jogos) no rádio e quando ia para a casa de um rapaz para assistir na televisão, em preto e branco na época”, relembra.

Proprietária de um hotel em Conceição do Ibitipoca, a família tenta sempre estar presente nos jogos mais importantes da equipe carioca. “Como trabalhamos com turismo, temos certa liberdade para poder viajar. Nem sempre, mas muitas vezes os jogos coincidem de não ser em época de férias ou feriado, por isso estamos sempre indo”, diz. “Trabalhamos juntos, vivemos juntos. Temos uma parceria muito grande, tanto na vida profissional quanto na pessoal. O Flamengo nos une, conversamos todo dia sobre. É é sempre emocionante viver isso junto dentro do estádio”, celebra John.

Outro motivo para que as viagens aconteçam regularmente nos últimos anos é o bom momento vivido pelo Flamengo. “Participamos dessas loucuras agora porque não sabemos quando poderemos presenciar tudo isso de novo. A gente pensa em aproveitar, ao máximo. Temos uma paixão muito grande, imagina se formos campeões mundiais, ainda mais contra o Real Madrid? Vai entrar para a história e vamos estar dentro dela”, torce o jovem.

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Mesmo que Marrocos possua o Toubkal, um pico de 4.167 metros de altitude, mais que o dobro do Pico do Pião, em Ibitipoca, com 1.724 metros, a família diz não ter tempo para percorrer mais essa distância. O que eles mais querem, entretanto, é alcançar o topo – não de montanhas, mas do futebol mundial, com a conquista do tão sonhado título do Mundial de Clubes.

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