‘Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo’ é relançado

O filme não havia sido exibido em Juiz de Fora em sua estreia oficial; esta semana, depois de receber 11 indicações ao Oscar, chega às salas do cinema


Por Elisabetta Mazocoli, sob supervisão do editor Marcos Araújo

02/02/2023 às 08h09

Após se tornar o filme com mais indicações ao Oscar de 2023, conquistando 11 nomeações nas categorias da premiação, “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” é relançado e chega aos cinemas de Juiz de Fora, nesta quinta-feira (2). O longa, que já ganhou o Critics Choice Award de melhor filme do ano, consegue misturar uma narrativa sobre multiverso, com cenas nonsense, dramas familiares e sequências eletrizantes de ação. É uma mistura que promete conquistar tanto o público geral quanto a crítica especializada.

A história começa quando nos deparamos com Evelyn Wang, uma mulher que está à beira de um ataque de nervos e com uma série de problemas difíceis de resolver à sua frente. Rapidamente também vemos que ela está levando uma vida que não imaginava que seria a sua. Mas tudo parece realmente mudar quando, na tentativa de chegar a um acordo sobre os impostos que precisa pagar, Evelyn descobre que o multiverso existe e que ela pode ser a chave para que todos os mundos continuem a existir.

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A premissa já parece complexa, mas o filme ousa ainda mais quando percebemos que Evelyn consegue acessar suas outras versões fazendo coisas realmente inusitadas, como comer um batom ou grampear algo em suas mãos. Ela tem esse poder especial justamente por ser considerada a pior versão de si mesma – aquela em que há mais variáveis e caminhos que não foram explorados. É assim, também, que ela passa a refletir sobre a própria vida, o casamento e a relação com a filha. Desse mesmo modo toma forças para enfrentar quem parece estar ameaçando todas essas realidades, a vilã Jobu.

O filme é produzido pela renomada A24, mas tinha um orçamento limitado para conseguir contar essa história. Isso faz com que a maioria das cenas de ação aconteçam num prédio da Receita Federal, e mesmo assim a tensão fica máxima nesses momentos. Com a mesma qualidade, o filme consegue mesclar cenas bastante sensíveis, como uma conversa entre pedras que é capaz de fazer boa parte do público do cinema chorar.

A jornada de Evelyn se torna, a cada parte do filme, mais envolvente e emocionante, principalmente quando vamos entendendo o propósito da aventura que ela enfrenta e também como aquilo passa a alterar a sua vida – que, afinal, pode ter mais possibilidades do que ela imaginava.

Influências e indicações

“Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” não é um filme nada clássico, e bebe de muitas fontes para conseguir inovar como pretende. Existem claras referências a Matrix (1999) e “Kill Bill: Volume 2” (2004). A obra, como um todo, é também uma grande homenagem ao cinema asiático, seja pelas cenas de ação, pelos figurinos e também as cenas mais dramáticas de romance, trazendo enquadramentos e estéticas bem próximas dos filmes de Wong Kar-Wai.

Além disso, também usa o tema do multiverso, que estava em alta devido aos lançamentos da Marvel, mas que não foi criado pelas séries de super-heróis. Essas cenas parecem ser feitas para agradar a cultura pop e para trazer cortes que facilmente viralizam nas redes.

Essa composição de elementos rendeu a nomeação para Melhor Filme, Melhor Atriz (com Michelle Yeoh, a protagonista), Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original (Daniel Kwan e Daniel Scheinert), Melhor Figurino (Shirley Kurata), Melhor Montagem (Paul Rogers), Melhor Ator Coadjuvante (Ke Huy Quan), Melhor Atriz Coadjuvante (Jamie Lee Curtis e Stephanie Hsu), Melhor Trilha Sonora Original (Son Lux) e Melhor Canção Original (This Is A Life).

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