Imóvel previamente utilizado por organização criminosa vira centro de políticas públicas

O caso ocorreu em Visconde do Rio Branco – MG; o imóvel havia sido apreendido em setembro do ano passado na operação Hidra de Lerna


Por Leticia Lapa, estagiária sob supervisão do editor Eduardo Valente

25/01/2023 às 12h43

A Justiça autorizou que um imóvel previamente ocupado por uma organização criminosa sediasse um centro de políticas públicas do Poder Público municipal de Visconde do Rio Branco, de Minas Gerais. Em 15 setembro do ano passado, foi feito o desmantelamento da organização, na operação “Hidra de Lerna”, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco – Regional da Zona da Mata), em conjunto com a Promotoria Criminal de Visconde do Rio Branco e com as polícias Civil e Militar.

A operação era voltada ao cumprimento de 16 mandados de prisão temporária e de 25 de busca e apreensão nos municípios de Visconde do Rio Branco, Ubá, Cataguases e São Lourenço. Também houve prisões em flagrante de indivíduos apontados como integrantes de uma organização criminosa atuante na cidade. O imóvel em questão era tido como um depósito de armas de fogo, e como esconderijo de criminosos fugitivos. 

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“Um imóvel apontado como sendo ponto de apoio de um dos grupos criminosos foi indisponibilizado e lacrado pelo Poder Judiciário, podendo ser confiscado, caso comprovada sua utilização para o tráfico ilícito de drogas”,  informou o MP.

Ele seria submetido a leilão, mas a 2ª Promotoria de Justiça de Visconde do Rio Branco, notou a possibilidade de destiná-lo para servir como sede de políticas sociais voltadas à população do bairro, que durante anos sofreu com a ação de grupos criminosos.  

Com isso, a Prefeitura apresentou o projeto “Resgatando a cultura de paz”, com o objetivo de estimular a participação e o convívio da comunidade, assegurando espaços de referência para o desenvolvimento de relações de afetividade e solidariedade e para a formação cidadã de crianças, adolescentes e seus grupos familiares.

Para o promotor de Justiça Luiz Fernando Camara Simões Junior, a decisão judicial reflete a importância da interlocução das autoridades locais para consecução de benefícios sociais para a comunidade diretamente afetada pela atuação do tráfico de drogas. A medida, além da redução da criminalidade local, possibilitará a reversão de valores sociais, reprimidos pela atuação incessante do comércio de entorpecentes”, conta ele.

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