Comportamento animal: 5 dicas para educar seu cachorro

Especialistas ensinam como adestrar os cães para torná-los sociáveis


Por Redação EdiCase

20/01/2023 às 12h42

Diversos fatores podem influenciar comportamento animal (Foto: Pixabay)

Seu cachorro costuma te preocupar quando recebe visitas em casa? Ele pula em todo mundo ou ele é do tipo que todos tentam fazer carinho e ele só foge? Ele tem medo de tudo? Muitos pontos do comportamento animal podem ser resolvidos com um pouco de paciência e com algumas dicas!

Existem vários fatores que influenciam a personalidade de um cão. Segundo Ana Lúcia Meira, veterinária especializada pela USP, o primeiro deles é o fator genético. “Os cães herdam de seus pais muito do comportamento dócil ou agressivo, inteligente, sociável. Vemos, inclusive, que alguns criadores procuram cruzar matrizes de comportamento mais tranquilo, em vez daqueles cães mais agitados.”

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Outro fator é a raça, pois cada uma tem suas próprias características comportamentais e diferenças de personalidade. “Cabe ao tutor tornar-se o chefe da matilha e incorporar o cãozinho dentro da família para que ele tenha um comportamento mais sociável e consiga conviver bem com outros animais e com as pessoas da família ou com visitantes”, explica a veterinária Ivana Carvalho.

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Veja algumas soluções que podem ajudar no comportamento do seu pet no dia a dia:

1. Fazer carinho somente quando o cão obedecer

O comportamento de pular nas visitas é como se fosse uma saudação. O animal começa a se comportar assim com o dono e depois repete com as outras pessoas. De acordo com Ivana Carvalho, essa atitude mostra que ele quer chamar atenção, por isso, impedir que o cão obtenha carinho com esse comportamento é uma ótima estratégia.

Você pode começar a ensiná-lo a sentar e fazer carinho quando ele obedecer a esse comando. “Após esse primeiro aprendizado, o dono deve impedir que o animal pule e obtenha carinho. Isso é possível elevando o joelho de forma a impedir que o animal pule, mas sem usar as mãos. Logo a seguir, o animal deve receber o comando de sentar-se e, somente após obedecer a ele, poderá ser acariciado como recompensa”, ensina a veterinária.

2. Segurar as patinhas

Ana Lúcia Meira acrescenta que se o cão não receber atenção quando pula nas pessoas, ele naturalmente irá parar de fazer isso. “Outra dica interessante é segurar as patinhas da frente dele quando ele pular. Apenas segure firme, sem machucar, é claro, e não diga nada. Ele ficará impaciente e vai reclamar. Depois de um tempo solte. Faça isso toda vez que ele pular. Como ele não vai querer que você fique segurando as ‘mãos’ dele, ele vai pensar duas vezes na hora de pular”, sugere.

3. Promover a socialização com outros pets

Alguns animais querem interagir só com pessoas. Quando chegam perto de outro animal, mesmo que pequeno, querem sair correndo, ou ficam encolhidos. Se o comportamento animal do seu pet é assim e você quer que ele consiga interagir com outros bichinhos, saiba que é possível fazer isso sem grandes traumas.

Em primeiro lugar, para que um animal consiga interagir bem com outros, é importante que esse contato seja feito desde pequeno. Mas, se você não conseguiu isso, não se desespere, com carinho e paciência é possível apresentar outros animais aos poucos. “É importante que você mantenha a calma e mostre a ele que o outro animal não representa perigo. Passe sua mão no outro animal e deixe que seu cão a cheire para se acostumar”, ensina Ana Lúcia Meira.

Segundo a especialista da USP, eles vão se aproximando aos poucos. Deixe que se cheirem. Passe confiança ao seu cão. Se você estiver inseguro, ele vai perceber e vai pensar que ali existe perigo. “Aos poucos, ele vai se acostumar com a presença do amiguinho. Alguns cães apenas toleram outros cães. Mas neste processo há grandes chances de seu amigão dar início a uma verdadeira amizade”, incentiva a veterinária.

Ivana Carvalho sugere levar o animal a um lugar neutro primeiro, lá ele deve ser solto e incentivado a brincar com outros animais. Se ele tiver um comportamento agressivo com os outros pets, use focinheira ou, até mesmo, evite esta aproximação e procure antes um treinamento com um profissional capacitado.

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4. Utilize guia ajustável e ofereça petiscos

Não tem nada pior do que sair para passear com o cão e ele sair correndo, principalmente quando o cachorro é grande e difícil de segurar! Por isso, Ivana aconselha a utilizar uma guia ajustável ao redor do pescoço, em uma posição alta, para transmitir informações ao animal.

“Inicie com passeios muito curtos, toda vez que ele puxar e se afastar, diga não e pare o passeio. Quando ele ficar novamente ao seu lado, elogie e inicie novamente a caminhada.” Você também pode levar um petisco ou um brinquedo que o cãozinho goste, mostrando a ele o objeto todas as vezes em que ele se distrair ou parar de prestar atenção em você.

De acordo com a veterinária Ana Lúcia Meira, existem técnicas e, até mesmo, coleiras especiais para controlar o comportamento do animal na hora do passeio. “Coleiras peitorais estimulam o cão a puxar. A coleira de pescoço com a guia lhe ajuda a ter mais controle sobre o animal”, aconselha.

5. Acostume o cachorro com os passeios

É muito importante acostumar o seu cachorro com passeios desde filhote, assim que der as vacinas e a vermifugação. “Cães amam passear, é um momento de muitos estímulos: muitos cheiros, barulhos, enfim. Assim como para outras situações, é importante que seu cão saiba que você é o líder da matilha. Ele deve andar ao seu lado ou atrás de você, nunca à sua frente ou puxando a guia para todos os lados. Você deve ensiná-lo e manter-se firme, não deixe que ele te domine”, explica Ana Lúcia Meira. Quanto mais habituado ele estiver aos passeios, menos ansioso e desesperado ele ficará cada vez que for sair.

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