Empresas questionam decreto de transporte de cargas

Comissão de Urbanismo da Câmara Municipal levou pontuações ao secretário municipal de Mobilidade Urbana


Por Renato Salles

11/01/2023 às 07h55- Atualizada 11/01/2023 às 09h00

Foto: Câmara Municipal

A Comissão de Urbanismo, Transporte, Trânsito, Meio Ambiente e Acessibilidade da Câmara Municipal de Juiz de Fora levou até a Prefeitura, nesta segunda-feira (9), questionamentos de representantes das empresas dos setores de retirada de entulhos, caçamba, mudança, terraplanagem, demolição e material de construção. As reivindicações buscam alterações no novo decreto publicado pela Prefeitura no último sábado, que dispõe sobre a restrição de circulação de caminhões e as operações de carga e descarga de mercadorias na cidade.

A movimentação da comissão atendeu a um pedido do vereador Sargento Mello Casal (PTB), que solicitou uma reunião na Câmara com os representantes das empresas. “A categoria ficou insatisfeita com alguns horários e alguns setores em que estão impedidos de circular para fazer o transporte de algumas cargas”, afirmou o vereador. Segundo Mello, os profissionais pedem mudanças nos horários de circulação definidos pelo decreto e também número de eixos permitidos em algumas vias, “para que não fiquem impossibilitados de trabalhar”.

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Para o empresário de mineração Jonathas Malvaccini, a segunda versão do texto do decreto trouxe melhoras em relação à primeira, contudo, não solucionou o problema nas áreas permitidas para circulação. Segundo ele, caminhões que precisam entregar material de construção que venham de cidades vizinhas, como Bicas, Coronel Pacheco, Maripá de Minas, por exemplo, não conseguem chegar a nenhum bairro de Juiz de Fora “sem necessariamente passar pela BR-040”.

O encontro aconteceu inicialmente na Câmara, em trabalhos abertos pelo presidente da Casa, o vereador Zé Márcio (Garotinho, PV). Presidente da comissão até o fim de 2022, Garotinho lembrou que o colegiado mantinha conversas com a Prefeitura para as adequações em um primeiro decreto, publicado em novembro. Contudo, ele disse que os parlamentares foram surpreendidos, no final de semana, com a publicação do novo decreto.

“Temos 30 dias antes que entre em vigor e vamos continuar trabalhando para que haja mudanças capazes de atender efetivamente os profissionais e serviços prestados”, defendeu Garotinho. Também participaram da reunião o presidente da comissão, João Wagner (PSC), e os vereadores Bejani Júnior (Podemos), Cido Reis (Rede) e Vagner de Oliveira (PSB).

Reunião com secretário de Mobilidade Urbana

Após o encontro na Câmara, parte do grupo seguiu até a Prefeitura e se encontrou com o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Tadeu David. Entre as reclamações levadas ao Poder Executivo estão a proibição do acesso de veículos de carga de grande porte a vias como Olegário Maciel, Barão de Cataguases e Avenida dos Andradas, onde o decreto proíbe a circulação de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h; e aos sábados, até as 13h. Segundo o vereador Sargento Mello Casal, o secretário “ficou de avaliar o que foi apresentado pela categoria”.

A reportagem procurou a Prefeitura solicitando um comentário sobre os questionamentos levados pelos vereadores e por representantes de empresas que atuam com o transporte de carga. No sábado, em nota divulgada pela PJF, a prefeita Margarida Salomão (PT) afirmava que o Município ouviu todos os setores envolvidos antes da confecção e da publicação do segundo decreto.

“Há 60 dias, nós publicamos esse decreto que atendia as necessidades de garantir a mobilidade, segurança, a qualidade da pavimentação e organizar a vida urbana. Naturalmente, assim que foi publicado, o decreto gerou uma série de manifestações para as pessoas interessadas no tema. Nós criamos um grupo de trabalho para aperfeiçoar essa regulamentação, sob a direção do secretário de Mobilidade Urbana, Tadeu David. Esse coletivo se reuniu semanalmente nesse período, até hoje (sábado), quando a Prefeitura publica uma nova versão, resultado do trabalho constituído e que recebeu colaborações de todos, inclusive dos condutores autônomos, que eventualmente não faziam parte do grupo de trabalho original”, afirmou a prefeita na ocasião.

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