Ex-técnico do Tupi e ídolo do América-MG, Jair Bala morre aos 79 anos
Jair Bala ainda passou por clubes como o Botafogo, Cruzeiro, Flamengo, Palmeiras e Santos, onde jogou com Pelé; pelo Carijó, quase conquistou acessos à elite mineira e Série B do Brasileiro
Morreu na tarde desta terça-feira (27), em Belo Horizonte, aos 79 anos, o ex-atacante e treinador Jair Bala, ídolo do América-MG, que também treinou o Tupi e passou, como jogador, por clubes como o Botafogo, Cruzeiro, Flamengo, Palmeiras e Santos. Jair Bala estava internado após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).
Natural de Cachoeiro do Itapemirim (ES), o ídolo americano defendeu o Coelho como atleta em duas passagens, de 1964 a 1965 e entre 1970 e 1971. Foi artilheiro do Campeonato Mineiro em 1964 e 1971, e neste último ano ainda ergueu o troféu de campeão invicto estadual. Ao todo, marcou 78 gols pelo América-MG. Também defendeu o time mineiro como técnico em algumas oportunidades nas décadas de 1970 e 1980.
Durante sua fase no Santos, Jair Bala atuou ao lado de Pelé e ainda ficou marcado como o jogador a ter substituído o Rei após o milésimo gol anotado, diante do Vasco, no Maracanã, em 1969.
Jair Bala bateu na trave no Tupi
Jair Bala treinou o Tupi em 1996 e 1997 em 53 jogos, com 24 vitórias, 14 empates e 15 derrotas, 70 gols marcados e 55 sofridos, conforme dados do pesquisador e historiador Léo Lima. Sua trajetória no Carijó foi marcada pela temporada de 1997 quando o Alvinegro de Santa Terezinha quase conquistou o acesso tanto à elite do Campeonato Mineiro quanto para a Série B do Brasileiro.
No Estadual, o Galo terminou a fase final sem a vaga, resultado surpreendente aos torcedores juiz-foranos após, nas etapas anteriores, a equipe de Jair Bala registrar campanha de dez vitórias e quatro empates.
No segundo semestre daquele ano veio nova campanha recheada de entusiasmo, com direito à goleada histórica de 8 a 1 sobre o Avaí na Série C do Campeonato Brasileiro. O Tupi chegou ao quadrangular final da competição nacional com Sampaio Corrêa-MA, Francana-SP e Juventus-SP. No primeiro turno, os seis pontos conquistados deram esperança aos carijós. No entanto, no returno, o Galo perdeu todas as partidas e terminou sem o acesso.
O apelido de Jair Bala surgiu quando ainda atuava nas categorias de base do Flamengo e sofreu um tiro acidental de um funcionário do clube. Ainda assim, ele seguiu jogando com a bala no corpo durante toda a sua carreira.
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“Ídolo máximo” do América-MG
Jair Bala é considerado por muitos o maior ídolo da história do América-MG (Foto: Reprodução América-MG)
“O América Futebol Clube lamenta profundamente o falecimento de Jair Félix da Silva, o eterno Jair Bala, ídolo máximo do Coelho, que nos deixou nesta terça-feira, 27 de dezembro de 2022.
Capixaba de Cachoeiro do Itapemirim, Jair Bala iniciou sua trajetória pelo América em 1964. Logo em seu primeiro ano de clube, foi o artilheiro do Campeonato Mineiro e desfilou todo seu talento com a armadura americana. Em sua segunda passagem, já no início da década de 70, deixou seu nome eternizado na história ao ser o craque da inesquecível conquista invicta do Campeonato Mineiro de 1971. Sua trajetória está para sempre na memória americana e seus 78 gols marcados o tornaram o 6º maior artilheiro de todos os tempos do Coelho.
Ao fim de sua carreira como jogador, seguiu engrandecendo o pavilhão do América até o fim de sua vida. Uma de suas atribuições foi a de comentarista esportivo, defendendo o Clube por décadas no programa Alterosa Esporte, da TV Alterosa, filial do SBT em Minas Gerais.
Nos últimos anos, Jair Bala vinha lutando e, recentemente, estava internado no Hospital Felício Rocho após sofrer um Acidente Vascular Cerebral. O ídolo esteve em coma nesse último mês e, nesta terça-feira, não resistiu.
As informações sobre velório e enterro estão sendo definidas e serão comunicadas posteriormente”.