Novas estratégias

A Copa do Mundo mostrou a importância de se adequar aos novos tempos tanto dentro quanto fora dos gramados


Por Tribuna

20/12/2022 às 07h00

A conquista do tricampeonato mundial pela Argentina, no último domingo, num jogo épico contra a França e com o título só decidido nos pênaltis, apontou para uma série de fatores que, inevitavelmente, farão parte das próximas competições, a começar pelo tempo das partidas. O tradicional 45 minutos por tempo ficou para trás, uma vez que, graças à tecnologia, os árbitros estão capacitados a compensar o tempo perdido.

Isso, no entanto, é apenas um detalhe. A lição a ser tirada está dentro e fora dos gramados. E equipe de Messi foi de entrega. Derrotada no primeiro jogo contra a Arábia Saudita, fez dois jogos de vida e morte ainda na fase de grupos. O Brasil perdeu para Camarões, mas já estava classificado.

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O comportamento das duas equipes mudou na fase de “mata-mata”. Enquanto os Hermanos continuavam jogando com a alma na ponta da chuteira, o time brasileiro, a despeito do elenco, fazia um futebol burocrático, que se manifestou na sua fase mais aguda contra a Croácia. Os argentinos aprenderam com os nossos erros e fizeram uma partida de semifinal primorosa contra o mesmo adversário e venceu por 3 a 0.

Dancinha e comida com ouro não merecem comentários, pois não tiveram qualquer influência no comportamento da equipe. Os problemas foram outros, que se revelaram, sobretudo, no jogo da desclassificação. O futebol brasileiro vive uma fase de renovação e para que ela se efetive o comando – em todas as instâncias – também ser renovado.

A seleção nacional foi basicamente formada por “estrangeiros” por conta da própria estrutura do futebol brasileiro, que só agora ganha contornos de profissionalismo com a adoção de patrocinadores que cobram resultado. Os campeonatos estaduais são a face mais explícita deste atraso, sem que haja indícios de mudanças que conciliem os interesses dos pequenos clubes – que são ativos apenas no primeiro trimestre de cada ano. atenda às demandas dos chamados grandes clubes. A política envolvendo as federações acaba sendo a matriz de tantos problemas.

O futebol jogado nesta Copa do Mundo foi renovador sob vários aspectos, sobretudo sob o viés tático. O jogo coletivo tornou-se uma necessidade e a entrega dos jogadores premiou os dois finalistas.

Todos serão induzidos a mudar, inclusive o formato das transmissões, que já viveu experiências com influenciadores e sua nova linguagem. Em tempos digitais, as mudanças acontecem em tempo real e o que era para amanhã está sendo cobrado para hoje.

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