Vigília permanente
O combate à comercialização ilegal de produtos sem procedência deve se repetir não apenas em outras regiões de Juiz de Fora, mas também em outras ocasiões, para enfrentar um crime de graves consequências
Embora não tenha sido emitida nenhuma notificação de viés penal, a operação Hefesto, realizada na manhã desta quinta-feira, na região do Bairro Vitorino Braga, emitiu 13 documentos de autuação a proprietários de ferros-velhos e depósitos de sucata. Boa parte por problemas de documentação.
O resultado foi positivo por apontar ao próprio meio que há atenção sobre suas ações. A cidade vinha registrando um expressivo número de ocorrências envolvendo furto de cabos e materiais em ferro e cobre como consequência de haver quem comprasse tais produto sem discutir a sua procedência. A partir da exigência de prova de origem, houve queda de casos, mas sistematizar as ações é, de fato, uma necessidade.
Boa parte dos autores de furtos não almeja grandes rendimentos, tendo como objetivo o suficiente para o consumo de drogas, o que faz deles alvo fácil das investigações, mas sem resultados favoráveis à comunidade, já que a matriz está na receptação.
Na operação desta quinta-feira, o Corpo de Bombeiro Militar interditou um depósito devido à grande quantidade de material combustível, fiação exposta e falta de meios preventivos. Outro recebeu multa devido à falta de Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Este estabelecimento já havia sido advertido em ocasião anterior. Mais duas advertências foram dirigidas a empresas que não possuíam o AVCB, mas possuíam meios preventivos. A ação conjunta mobilizou mais de 50 profissionais entre policiais militares, civis, guardas municipais, bombeiros, fiscais de posturas e funcionários do Demlurb.
Furtos de cabos têm consequências que os próprios autores não avaliam, considerando ser uma rotina para obter seus ganhos. No entanto, para a rotina das cidades os resultados são perversos, por comprometerem várias frentes. No caso do trânsito, a queda na sinalização leva a transtornos múltiplos para os usuários. No entanto, o efeito colateral não se esgota em tal instância. Sem energia vários segmentos param suas atividades, algumas delas envolvendo vidas, como cirurgias. Os hospitais, em sua maioria, têm geradores, mas as implicações são perversas no longo prazo.
A Hefesto é um aviso das instâncias governamentais que deve ser replicado em outras regiões da cidade, uma vez que ainda há quem compre produtos sem avaliar a procedência e eles podem estar em qualquer região, dando margem, pois à importância de novas operações dos organismos envolvidos nestas ações.
