PJF suspende adoção de binário no Bairro São Pedro

Posição foi manifestada em audiência pública pelo secretário de Mobilidade Urbana, que disse ainda que a prefeita vai buscar municipalização da BR-440 a partir de janeiro


Por Renato Salles

12/12/2022 às 19h47

A intenção da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) de instalar um modelo binário no trânsito do Bairro São Pedro está suspensa. A informação foi dada pelo secretário municipal de Mobilidade Urbana, Fernando Tadeu David, durante audiência pública realizada pela Câmara Municipal nesta segunda-feira (12). Proposto pelo vereador Juraci Scheffer (PT), o encontro teve, exatamente, o objetivo de discutir as possíveis mudanças no fluxo de veículos nas principais ruas do bairro da Cidade Alta, inclusive, com a adoção de mão única em alguns trechos. O secretário disse ainda que, a partir de janeiro de 2023, a prefeita Margarida Salomão (PT) deve se dedicar a esforços para tentar assegurar a municipalização do uso de trecho da BR-440, rodovia federal inacabada que corta o bairro.

Em sua fala, Tadeu David lembrou que “a responsabilidade da BR-440 é do Governo federal. “É do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes)”, pontuou. Assim, o secretário considerou que uma solução do problema do trânsito da Cidade Alta passa pela municipalização da via. “A prefeita, a partir do dia 2 de janeiro de 2023, vai incidir sobre essa questão junto ao Dnit para analisar a municipalização daquele trecho para que a gente possa fazer um trabalho correto.” A informação foi confirmada pelo vereador Juraci Scheffer.

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“A prefeita me disse em reunião em seu gabinete que ela vai interceder diretamente no Dnit”, disse o parlamentar. Juraci sinalizou que o fato de a prefeita e o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), serem do mesmo partido pode ajudar na construção de um entendimento. O parlamentar defendeu ainda que a “municipalização é uma coisa muito séria”. Assim, o vereador afirmou que deve ser buscada a autorização para o uso da rodovia por parte do Município, ficando a conclusão das obras ainda sob responsabilidade do Dnit. “Não temos R$ 50 milhões para investir lá”, considerou.

‘Intervenção alternativa’

Ora suspensa, a adoção de um binário no trânsito do Bairro São Pedro foi classificada pelo secretário de Mobilidade Urbana da PJF como “uma intervenção alternativa”. “Quando a BR-440 estiver nas nossas mãos, aí sim, teremos uma intervenção definitiva”, avaliou Tadeu David. Ele também considerou que, só a partir disso, será possível “fazer uma intervenção robusta naquela região para minimizar os impactos do trânsito”. “O binário pensado era uma alternativa. Não é mais, por conta da possibilidade da prefeita buscar essa municipalização da BR-440.”

Durante a audiência pública, moradores e comerciantes do Bairro São Pedro, além de seus representantes, manifestaram preocupações diversas com relação à possibilidade de adoção de um modelo binário no trânsito das principais vias da região. Os receios apontam prognósticos como prejuízos às atividades econômicas exercidas na região, possível perda de empregos e dificuldades para estudantes acessarem as escolas que funcionam naquela área.

Ante aos questionamentos, o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Tadeu David, afiançou o compromisso da atual Administração de ouvir as contribuições trazidas pela comunidade. “A minha maior preocupação neste momento é que a gente ofereça àquela população uma solução para aquele trânsito que hoje é caótico e que gera um problema muito sério para a convivência e para a vivência das pessoas naquele local”, afirmou.

Binário e BR-440

Em julho de 2019, ainda na administração do ex-prefeito Antônio Almas, a Tribuna trouxe a informação de que a Prefeitura já estudava a possibilidade de implantação de um modelo binário no Bairro São Pedro, alterando o fluxo de veículos em vias como a Rua José Lourenço Kelmer, a Avenida Presidente Costa e Silva e o entorno da própria BR-440. A solução, contudo, está suspensa, ao menos temporariamente. Enquanto o trânsito do bairro ainda aguarda por soluções, os problemas trazidos pela BR-440 para a comunidade do local são ainda mais antigos e remontam à década de 1990.

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