Trecho da AMG-3085 segue esburacado e com trânsito confuso

Motoristas têm dificuldades para transitar no primeiro quilômetro da rodovia, onde há buracos de até três metros de comprimento


Por Gabriel Silva

09/12/2022 às 16h37

Trecho esburacado, ao lado da pista que afundou, é problema há anos na estrada que liga a BR-040 à MG-353 (Foto: Leonardo Costa)

Apesar de ter anunciado a proximidade do encerramento das obras complementares da AMG-3085, o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG) ainda não tem previsão de prazo para correção dos problemas encontrados no km 0 da rodovia, que liga a BR-040 à MG-353. No trecho, motoristas têm dificuldades para transitar devido aos múltiplos buracos e ao trânsito confuso causado pelo desvio improvisado que permite o tráfego de veículos mesmo com a grave depressão na pista.

A Tribuna esteve no local nesta semana para averiguar as condições da rodovia, que é alvo antigo de reclamações de condutores. Chama a atenção o estado de abandono do trecho próximo ao km 0, marcado por buracos que chegam a medir cerca de três metros de comprimento e quatro de largura. Durante a visita, o tempo chuvoso ainda tornou a rodovia lamacenta e dificultou a visualização de algumas das cavidades, o que pode aumentar o risco de danos a veículos que por ali transitam.

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Assim como observado em publicação da Tribuna há um ano, o trecho no primeiro quilômetro da rodovia segue dividido em duas vias, mas com sinalização precária que dá ares de improviso para a medida. O motorista visualiza a primeira marcação apenas quando entra na curva e enfrenta um trecho afunilado e com a difícil missão de fugir dos buracos maiores que causam mais risco aos veículos.

Enquanto a reportagem esteve no local, o tráfego de veículos era grande, com a passagem de diversos caminhões e também de veículos de passeio. O motorista Lairton Andrade conta que passa mensalmente pela rodovia há cerca de três anos e, de acordo com ele, a situação precária do trecho é uma constante. “O carro vai sofrendo”, diz.

O caminhoneiro Marques de Oliveira, por sua vez, afirma evitar passar pela rodovia por conta do desnivelamento e os riscos causados pela precariedade do trecho. Além disso, ele critica a escassez da sinalização noturna. “Para passar aqui durante a noite é muito ruim, você não enxerga nada”, lamenta.

DER monitora

Em resposta a questionamento da Tribuna, o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) afirma, por meio de nota, monitorar o trecho de depressão intensa na pista, próximo ao entroncamento com a BR-040, e lembrou que o trânsito no local é realizado com desvio lateral à pista. “A ocorrência está sinalizada e, no momento, o Departamento executa projeto de engenharia para a obra”, informa o órgão, sem oferecer prazo para a realização da intervenção para a correção do trecho ou para conclusão do projeto necessário para a obra.

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Problemas recorrentes

Inaugurada em 2018, a AMG-3085 sofre com problemas decorrentes da má conservação. Em matéria publicada em 2020, a Tribuna mostrou que buracos se espalhavam pelo asfaltamento, enquanto afundamento na pista e erosões em suas margens também eram problemas que causavam preocupação aos motoristas durante o período chuvoso daquele ano, que expôs a falta de cuidado com diversas rodovias em Minas Gerais. Durante as chuvas, ainda era comum a existência de deslizamentos de terra ao longo dos quase 14 quilômetros de estrada.

No ano seguinte, o problema flagrado pela reportagem foi o tráfego de veículos pelo trecho então inacabado que fazia a ligação entre a AMG-3085 e a BR-040, na altura da Zona Norte de Juiz de Fora. O trevo foi completamente liberado para trânsito em agosto de 2021, ainda que existissem intervenções sendo feitas no local e a sinalização não houvesse sido concluída. Nos últimos meses do ano passado, o que mais chamava a atenção já era o grave afundamento de pista no primeiro quilômetro da rodovia, que permanece sem solução.

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Obras para licenciamento ambiental próximas da conclusão

Se o desnível no km 0 segue sem previsão para correção, as obras complementares que são exigência do licenciamento ambiental da estrada entraram em reta final. As intervenções, que custaram cerca de R$ 11 milhões aos cofres públicos estaduais, incluem construção de sistema separador de água e óleo, canaletas e barreiras que foram colocadas próximas à represa Doutor João Penido.

As obras devem ser encerradas até o mês de janeiro próximo, de acordo com o DER-MG. Durante a passagem da Tribuna, alguns agentes atuavam nas construções, que buscam mitigar problemas para o manancial da represa. Entre as partes das obras que já foram concluídas estão a instalação de canaletas, barreiras e contenções.

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