Operação de micro-ônibus é ampliada em Juiz de Fora

Mais linhas começaram a serem operadas por veículos menores desde segunda-feira (28); Consórcio Via JF alega que utilização de veículos melhores otimiza operação


Por Gabriel Magacho, estagiário sob supervisão de Fabíola Costa

02/12/2022 às 08h33

Após diversas tratativas para a realização de um acordo entre o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Sinttro) e Consórcio Via JF, a operação de micro-ônibus no transporte público de Juiz de Fora começou a ser expandida para outras linhas nesta semana. A medida, que está prevista no contrato de concessão realizado pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) em 2016, foi questionada recentemente pelo Sinttro, que inclusive chegou a impedir a saída de veículos das garagens, no início de novembro, para protestar sobre a posição contrária à circulação de micro-ônibus sem cobrador na cidade.

Em entrevista à Tribuna, o diretor do grupo CSC – que assumiu a Ansal em 2015 -, Rafael Santana, afirmou que a inserção dos veículos menores possui resguardo legal e que elas buscam otimizar o transporte público da cidade, tendo em vista a existência de linhas com baixa demanda de passageiros durante o decorrer do dia.

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“Nós estamos reavaliando, diariamente, quais linhas do transporte coletivo serão operadas pelos micro-ônibus. Na maioria delas, a demanda tem sido atendida perfeitamente mesmo nos horários de pico. Estamos priorizando, portanto, aquelas que já possuíam uma baixa demanda de passageiros e que já têm uma alta taxa de uso da bilhetagem eletrônica. Muitas linhas terão esses veículos de forma fixa, mas eles também podem ser utilizados em outros itinerários, de acordo com análises posteriores”, adiantou.

Ainda que o quantitativo de micro-ônibus em operação no município seja pequeno, chegando a menos de 4% da frota total operacional de ônibus do transporte público do município, de acordo com dados do Consórcio Via JF, as suas duas empresas integrantes já começaram a idealizar um projeto de capacitação dos cobradores que venham a ficar sobressalentes, seja pela possível expansão na utilização dos coletivos menores, que dispensam a necessidade da presença destes profissionais, seja por reformulações que venham a expandir o uso da bilhetagem eletrônica no município.

“Esse processo acontecerá em parceria com o Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem no Transporte (Sest Senat) e com projetos internos de qualificação. Desta forma, todos os empregos estarão garantidos e nossos funcionários terão oportunidades de crescimento profissional”, afirma Santana.

Foto: Felipe Couri

Mudança divide opiniões entre usuários

A reportagem também conversou com dois usuários que utilizam linhas que começaram a contar com a nova operação dos micro-ônibus. Morador do Bairro Granjas Bethel, Odério Filho considerou positiva a adoção dos veículos menores na linha 335. “Eu achei uma boa ideia a utilização dos micro-ônibus aqui no bairro, tendo em vista que, infelizmente, muitas de nossas ruas aqui não estão em boas condições e são mais estreitas. Desta forma, acho que a mudança transmite mais segurança, tendo em vista que já aconteceram acidentes até mesmo na minha casa com os ônibus convencionais”, relaciona.

Já para o presidente da Associação de Moradores do Bairro Vila Ozanan, Luiz Carlos Fortes, a incorporação dos micro-ônibus nas linhas 220/Bom Pastor-Manoel Honório e 321/Vila Ozanan está sendo bastante negativa e problemática. “O relato que tenho recebido dos moradores do bairro é que essa mudança piorou muito a nossa situação aqui. Eu mesmo já utilizei uma dessas linhas que está sendo operada pelos micro-ônibus e achei ruim, tendo em vista que o interior do veículo é mais apertado do que os convencionais. Isso pode atrapalhar, por exemplo, aqueles que vêm carregados com muitas sacolas de supermercados no seu caminho para casa nos horários de pico”, avalia.

A Tribuna questionou à PJF quais serão as linhas em que os micro-ônibus serão utilizados, assim como quais as motivações para as mudanças na operação desses veículos no transporte coletivo municipal, mas não obteve resposta até a edição desta reportagem.

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