Demandas a serem revolvidas

Finalização da BR-440 tornou-se imperiosa ante os transtornos que causa ao seu entorno e as improvisações que fazem dela uma via sem vocação


Por Tribuna

17/11/2022 às 07h00

Na reunião da Comissão de Urbanismo da Câmara, que engloba também Meio Ambiente, Trânsito e Acessibilidade, uma das propostas discutida com os demais participantes: secretarias de Mobilidade Urbana e de Esporte e Lazer, DNIT, Concer e Associação de Ciclismo de Juiz de Fora, foi utilização da BR-440 como Área de Proteção ao Ciclismo Profissional. Trata-se de uma justa causa por ser o trecho bastante utilizado pelos ciclistas, muitas vezes em risco por compartilhar o trecho, sem qualquer sinalização, com automóveis e caminhões.

No mesmo evento também foram formuladas perguntas à Prefeitura e à MRS – concessionária da rede de transporte ferroviário – sobre a construção e execução de uma ciclovia às margens do Rio Paraibuna, demanda exaustivamente discutida na cidade, mas sem uma decisão final que indica data para início de sua construção. Há discussões envolvendo a empresa e o município antes mesmo de se falar em contrapartida pela renovação da concessão da MRS.

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Indo por partes, a questão da BR-440 é uma novela interminável. A obra concebida ainda na gestão Mello Reis – 1977/1982, cuja execução se deu em diversos outros mandatos, ainda não foi concluída e a versão original se perdeu por conta da gentrificação de áreas importantes que fariam parte do percurso. A alternativa seria promover seu início da altura da entrada do Bairro Casablanca indo até a BR-040. Hoje, a entrada ao bairro é um amontoado de retentores, entre os quais o trânsito flui à base do improviso, e a outra ponta termina às margens da Represa de São Pedro. O trecho que liga à BR-040 já teve licença ambiental autorizada, a obra começou, mas não avançou.

Ligando o nada a lugar algum, a rodovia tornou-se um problema para seu entorno, já que suas margens, na etapa inicial, são definidas por uma série de habitações e ainda por uma via lateral pela qual passam os veículos. A pista central é improvisada para acesso ao comércio e a condomínios próximos. Não mais do que isso.

Uma das questões envolvia é fazer dela a pista para desafogar a Avenida Costa e Silva. Foram apresentados projetos, mas não avançou, já que a rodovia não foi concluída. A partir da Rua Roberto Stiegert até a represa, tornou-se uma área de lazer. Há até os que defendam que assim continue, desde que otimizada, especialmente nos fins de semana.

Com a mudança de governo, espera-se que o DNIT defina o futuro da rodovia, hoje cercada por matos em sua extensão e com manutenção feita pelo próprio município. O projeto de municipalização só vale a pena após o fim da obra, pois a Prefeitura, em qualquer gestão, não tem recursos para o projeto, embora falte pouco para a sua conclusão.

Ao fim e ao cabo, é preciso dar um ponto final neste projeto, sobretudo pelos transtornos que causa em vez de solução. Hoje, ela é mais um entre os muitos elefantes brancos espalhados pelo país afora.

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