PJF e setor produtivo discutem adequações em decreto que restringe trânsito de caminhões
Novas regras foram publicadas na última segunda-feira e definem perímetros de restrições ‘máxima’, ‘média’ e ‘baixa’ na região central do município
Representantes de setores diversos, como o comércio, o transporte de carga e a panificação, além de bares e restaurantes, participaram de uma reunião com a prefeita Margarida Salomão (PT) e sua equipe. O encontro teve como objetivo debater um decreto publicado pela Prefeitura de Juiz de Fora na última segunda-feira (7) que restringe o fluxo de veículos de carga nas principais vias da cidade. O encontro aconteceu na manhã desta quinta-feira (10) e foi capitaneado pelo Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF). As conversas prosseguirão com a criação de um grupo de trabalho para discutir o tema.
Presidente do Sindicomércio, Emerson Beloti, considera que a atual redação do decreto traz prejuízos diversos tanto para o setor do comércio, como também para o segmento de transporte de cargas e até para os moradores das regiões centrais da cidade. “Do jeito que o decreto está, a carga e descarga teria que ser feita à noite.” Após o encontro, Beloti avaliou as conversas com os representantes da Prefeitura como produtivas. “A prefeita foi sensível. Ela vai montar uma comissão com representantes das entidades e com a Secretaria de Mobilidade Urbana para chegar em uma evolução que não prejudique o comércio e também a população que mora no Centro da cidade.”
O presidente do Sindicomércio pontuou que o setor produtivo não questiona o mérito do decreto, mas que busca uma adequação do texto. “Não é que a gente não queira uma evolução neste sentido. A circulação de caminhões grandes, nós somos contra. Mas os caminhões de entrega, pela forma que foi colocado no decreto, teriam que realizar várias viagens para cumprir as entregas. Então, teríamos que ter muitos carros de entrega circulando, e nós não temos tantos pontos de carga e descarga em Juiz de Fora.”
Grupo de trabalho
Em nota, a Prefeitura confirmou que o diálogo com os diversos setores interessados permanece aberto. “A Prefeitura de Juiz de Fora informa que o decreto que regulamenta o transporte de cargas no município foi criado com previsão de entrar em vigor em 60 dias para, entre outros motivos, ouvir as possíveis contribuições dos agentes interessados e aperfeiçoar a sua implementação. Por isso, dentro dessa perspectiva de construção coletiva, na noite desta quinta-feira, será instituído o Grupo de Trabalho para deliberações, estudos e aperfeiçoamento acerca das operações de carga e descarga no município”.
Sindicomércio defende solução ‘sem traumas’
Para o presidente do Sindicomércio, é necessário buscar uma equalização que resulte na melhoria do trânsito “mas sem causar esses grandes traumas à população que mora no Centro e também aos empresários do comércio”. Assim, Beloti reforçou a receptividade da prefeita ao receber as demandas e disse acreditar que, em breve, deverá ser publicada uma reedição do decreto. “O comércio é completamente contra fazer carga e descarga à noite”, pontuou.
Além do Sindicomércio, estiveram representadas no encontro outras entidades como o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Juiz de Fora (SHRBSJF); o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Juiz de Fora; o Sindicato da Panificação de Juiz de Fora (Sindpan-JF); a Associação Comercial e Empresarial de Juiz de Fora (ACE-JF); a Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) – Regional Zona da Mata; e a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Juiz de Fora (CDL/JF).
“Foi mostrado para a prefeita que, do jeito que está colocado, a restrição é muito grande e muito vasta e inviabiliza as entregas na área central da cidade. A discussão já começou. Agora é materializar”, avaliou o empresário João Matos, que representou o CDL no encontro.
O decreto
Publicado na última segunda-feira, o Decreto 15.592/2022 regulamenta a Lei municipal 7.062, de março de 1987, e restringe a circulação de caminhões de grande porte em algumas ruas da cidade, principalmente na região central. As vedações são definidas em uma divisão que classifica as vias como áreas de restrições “máxima”, “média” e “baixa” e também vias de tratamento especial. De acordo com o texto, as novas normas entram em vigor em 60 dias, contados a partir da publicação do dispositivo, o que aconteceu nesta segunda-feira.