Dia das Crianças aquece comércio em Juiz de Fora
Movimento nos estabelecimentos, já intensificado nos últimos dias, deve ser ainda maior nesta terça-feira (11)
Com o abrandamento da pandemia da Covid-19, o Dia das Crianças promete trazer impactos positivos ao comércio, melhorando as vendas em comparação com os dois anos anteriores. Nas vésperas da data, celebrada nesta quarta-feira (12), as lojas de Juiz de Fora já observaram maior movimentação de consumidores em busca de presentes para crianças.
A expectativa é que o movimento nos estabelecimentos seja ainda maior nesta terça-feira (11). Para o gerente das lojas Domith, Assed Domith, isso acontece, especialmente, pela data ser no início do mês e, também, por conta do hábito das compras de última hora. “O movimento aumentou bem esses dias”, comenta. “Esses últimos dias são melhores porque o pessoal recebe, aí já paga as contas e vem comprar, ou o cartão de crédito vira.”
Na loja de brinquedos Terra Encantada, as vendas também se intensificaram e já se demonstram melhores do que nos anos anteriores, de acordo com a proprietária do estabelecimento, Mirelle Viviani Neves Pinto. “No ano passado, a gente estava saindo de uma pandemia, as pessoas estavam mais receosas, com uma precaução maior, mas esse ano está sendo mais positivo”, diz.
Recuperação pós-pandemia
Apesar da melhora das vendas neste ano, o comércio ainda está em fase de recuperação dos impactos causados pela pandemia da Covid-19, de acordo com o presidente do Sindicato do Comércio de Juiz de Fora (Sindicomércio-JF), Emerson Beloti. “Alguns segmentos foram muito prejudicados e ainda estão sofrendo um pouco com a situação. Nós precisamos não só crescer (as vendas) como desenvolver melhor o aspecto do comércio, porque ele é o maior agente empregador da cidade”, reflete.
A retomada da economia, entretanto, contribui para que ocorra essa melhora, especialmente em comparação com os dois últimos anos. “As pessoas estão com um pouco mais de consciência de que podem sair às ruas e também há a expectativa de uma coisa que estava represada. O consumo praticamente não existiu em 2020. Em 2021, começou-se um consumo, e 2022 está sendo melhor que no ano passado”, diz.
Essa percepção também é compartilhada pelo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Juiz de Fora (CDL-JF), Marcos Casarin. Porém, com a expectativa de melhora nas vendas, vem também uma necessidade de se preparar para a demanda esperada na data. “Não adianta querer vender o brinquedo do ano passado, não adianta querer vender o presente do ano passado. É preciso também divulgar e ter coisas mais novas, já que o segmento se renova bastante.”
Para Casarin, esta preparação também se torna necessária para a reta final do ano, onde o comércio observa uma maior movimentação por conta da Black Friday e do Natal. “O lojista precisa fidelizar o cliente para o ano todo”, afirma. “É preciso melhorar os funcionários com treinamento, melhorar o atendimento e melhorar a exposição (dos produtos).”
Data afeta 38% das empresas
De acordo com levantamento realizado pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG), o Dia das Crianças afeta 38,91% das empresas do comércio varejista do estado. Conforme a instituição, os segmentos mais movimentados pela data são os de brinquedos, livros, jogos, vídeos, eletrônicos, vestuário, calçados, artigos esportivos e lazer, entre outros.
Neste ano, cerca de 29% das empresas acreditam que as vendas serão melhores que as do ano passado. Para essas, o esperado é que ocorra um aumento entre 11% e 25% no volume de vendas. Entre os principais motivos para a expectativa positiva estão o abrandamento da pandemia (42,86%) e o valor afetivo da data (30,25%).
Por outro lado, só 3,69% das empresas acreditam que as vendas, neste ano, serão piores, comparado ao mesmo período do ano passado. Os principais motivos apontados para essa percepção são a crise econômica (20%) e o desaquecimento do comércio (20%). A pesquisa ainda mostrou que 22,29% dos empresários esperam um gasto médio de R$ 70 a R$ 100 com presentes para a data. Outros 21,08% acreditam que os clientes devem gastar entre R$ 30 e R$ 50.