O que nos espera…

“Então, o resumo da ópera é: não espere melhorias para 2023 e para os próximos anos”


Por Wanderson R. Monteiro Coautor de quatro livros e vencedor de três prêmios literários

05/10/2022 às 07h00

No dia 2 de outubro de 2022, o povo brasileiro foi às urnas para “decidir” o futuro do Brasil. Pelo menos, essa é a ideia que a grande maioria das pessoas parece compartilhar, expressando uma grande fé no poder de seu voto e a esperança de que, através de sua escolha, as coisas logo se resolverão.

Mas, se olharmos para a situação mundial, perceberemos que, não importa quem vença as eleições, pois os males que já estão atingindo o mundo virão nos atingir como um trem em alta velocidade, de maneira que, ao situarmos os resultados das eleições no contexto do mundo atual, junto ao que está por vir, seria fácil concordar com a confusa frase de nossa ex-presidente quando disse que “nem quem ganhar nem perder vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder”. A frase confusa de Dilma Rousseff nunca foi tão aplicável como em nosso contexto atual.

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A partir dos acontecimentos mundiais atuais, e com o inevitável agravamento destes, é fácil perceber que o resultado das eleições não trará as melhorias tão esperadas por toda a população, independentemente de quem vencer o pleito eleitoral.

Muitos dos problemas que aconteceram nesse último ano e que têm sido motivos de grandes reclamações por parte de toda a população vieram a acontecer como consequências de todas as mudanças que ocorreram no mundo todo, tendo a pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia como principais agentes das mudanças ocorridas.

Mas todos esses problemas mundiais que estão nos afetando não cessarão com as consequências de nossa política nacional, não importa quem vença. A crise e os problemas que já estão vindo a passos largos em nossa direção são muito maiores do que muitos imaginam, e poucos serão os poderes que o novo líder terá para reduzir os impactos em nosso país. Assim, os problemas que já assombram o mundo, quando chegarem até nós, ficarão, como sempre, nas costas do candidato eleito, que já assumirá um país que está tentando se recuperar de todas as crises geradas pela pandemia e pela guerra, e que se somarão a estes problemas uma nova gama de problemas e as crises que já estão afetando várias nações. E, além das questões externas, o resultado do nosso próprio pleito eleitoral também trará consigo uma enorme crise política, e isso é independentemente de quem ganhar ou perder.

Então, o resumo da ópera é: não espere melhorias para 2023 e para os próximos anos. Espere, menos ainda, melhorias vindas dos resultados de nosso pleito eleitoral, pois, independentemente do resultado, ainda nos próximos meses todos os problemas que têm afetado os outros países chegarão até nós. Em um panorama mundial, seremos afetados pelas crises e os problemas que já estão afetando vários países e, no âmbito nacional, seremos afetados pela crise política e institucional que virão como consequências do resultado das eleições, de maneira que muitos já dizem que, quem vencer o pleito eleitoral terá em suas mãos um país ingovernável.

Assim sendo, com todas essas variáveis em jogo, acredito que a ex-presidente Dilma Rousseff nunca esteve tão certa em expressar sua frase tão confusa, independentemente do resultado das eleições, “vai todo mundo perder”.

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