Viola Davis vai para a guerra em ‘A mulher rei’

Longa de Gina Prince-Bythewood conta a história das lendárias guerreiras do antigo reino africano de Daomé


Por Júlio Black

21/09/2022 às 16h14

mulher rei
Viola Davis interpreta a líder das guerreiras que enfrentavam os exércitos dos reinos vizinhos e colonizadores europeus no século XIX (Foto: Reprodução)

Berço da humanidade, a África tem pouco de sua história conhecida fora de seus limites. Exceção feita ao Antigo Egito, a cultura, reinos e guerreiros do continente ancestral não costumam ter destaque nos livros mesmo em países como o Brasil, com uma forte ligação com a África devido aos milhões de escravos trazidos para cá durante três séculos. Todo esse passado costuma ser ignorado também por Hollywood, a despeito de os Estados Unidos igualmente ter recebido incontáveis levas de africanos escravizados. Uma exceção é “A mulher rei”, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira.
O longa dirigido por Gina Prince-Bythewood, com roteiro de Dana Stevens, é baseado em uma história pouco conhecida, por mais que seja impressionante: no caso, as guerreiras Agojie, a guarda real do Reino de Daomé (atual Benin, na parte ocidental da África). Segundo os historiadores, também conhecidas como Amazonas de Daomé, elas foram criadas para suprir a demanda de forças de proteção do reino, que entre os séculos XVII e XIX viviam em constante confronto com os reinos vizinhos e também com os colonizadores europeus, principalmente os franceses. Consideradas guerreiras formidáveis e implacáveis, acredita-se que as Agojie (que inspiraram as Dora Milaje de “Pantera Negra”) chegaram a formar uma força com até seis mil mulheres soldados, treinadas de maneira rigorosa em diversas habilidades.
Com uma história passada em 1823, o filme de Gina Prince-Bythewood tem como protagonista a general Nanisca (Viola Davis), que era a comandante das Amazonas de Daomé. Ela é a escolhida pelo Rei Ghezo (John Boyega), a quem também serve de conselheira, para treinar novas recrutas para uma guerra com o Império Oyo após libertar várias mulheres do reino que haviam sido sequestradas para serem vendidas como escravas. Entre as recrutas está Nawi (Thuso Mbedu), entregue pelo pai após recusar todos os pretendentes a marido e que faz amizade com Izogie (Lashana Lynch), que auxilia Nanisca na preparação das futuras guerreiras.
Se a guerra vindoura com os Oyo já provoca a expectativa de terríveis sacrifícios, a situação fica ainda mais difícil com a descoberta que os rivais, comandados pelo general Oba Ade (Jimmy Odukoya), fizeram uma aliança com traficantes europeus de escravos comandados pelo brasileiro Santo Ferreira (Hero Fiennes Tiffin) e o meio-daomeano Malik (Jordan Bolger).

 

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