Eleição em Minas pode ser decidida no primeiro turno

Por Paulo Cesar Magella

03/09/2022 às 12h07 - Atualizada 02/09/2022 às 15h48

O governador Romeu Zema (Novo) tem chances de ser reeleito no primeiro turno, de acordo com mais recente pesquisa do Datafolha. Segundo o instituto, a um mês da eleição, o atual governador tem 52% das intenções de votos contra 22 % do ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD). O senador Carlos Viana (PL) tem 4% e Vanessa Portugal (PSTU), 2%. Renata Regina (PCB), Lorene Figueiredo (PSOL) , Cabo Tristão (PMB), Lourdes Francisco (PCO) e Marcus Pestana (PSDB têm 1%. Brancos e nulos são 8%, e indecisos, 7%. Kalil aposta na mudança dos números. À Tribuna ele destacou que há quatro anos, Zema virou o jogo na última semana de campanha, o que, agora, pode acontecer com ele.

Para o cientista político Paulo Roberto Figueira, a performance dos candidatos à presidência da República nem sempre repercute na disputa estadual. Segundo ele, o estado tem uma longa história de descolamento entre o voto para governador e presidente. Em 1998, Itamar foi eleito governador e o presidente Fernando Henrique  apoiava a reeleição de Eduardo Azeredo; em 2002 e 2006, Aécio foi eleito e reeleito, enquanto o petista Lula, no mesmo período, era presidente; Em 2010, o tucano Antônio Anastasia ganhou enquanto a petista Dilma Rousseff foi eleita para a presidência.

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Paulo Roberto observa que somente em 2014  ocorreu a convergência: a presidente foi reeleita e o PT ganhou em Minas com Fernando Pimentel. Em 2018 (informalmente, já que Zema e Bolsonaro não eram formalmente aliados) houve convergência de voto nos dois níveis. Ou seja, o principal trunfo de Kalil – o apoio de Lula, que lidera as pesquisas em MG – não necessariamente pode se traduzir  em transferência de votos. “É óbvio que pode vir a acontecer, mas, pelas atuais pesquisas, não parece ser o cenário mais provável”, destacou.

O professor Paulo Roberto Figueira também avaliou os números do Datafolha que apontam Lula com 45%, Bolsonaro com 32%, Ciro Gomes com 9% e Simone Tebet com 5%. Segundo ele, apontam a mesma tendência já indicada por outros institutos, isto é, os dois líderes das pesquisas tiveram pouca oscilação e os dois mais próximos também mostraram pouco crescimento, mas suficiente para reduzir a margem de definição do pleito já no primeiro turno. “Nada impede que possa haver adiante algum movimento de voto estratégico de eleitores de Ciro e Tebet para Lula ou Bolsonaro, mas o cenário das últimas pesquisas, neste momento, vem apontando em sentido contrário”, finalizou.

Paulo Cesar Magella

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