Maioria dos postos de JF ainda não repassou queda da gasolina ao consumidor

Redução de R$ 0,18 foi anunciada pela Petrobras junto às refinarias e começou a valer nesta terça-feira


Por Sandra Zanella

16/08/2022 às 17h30- Atualizada 16/08/2022 às 18h15

A redução de R$ 0,18 no preço da gasolina vendida pelas refinarias às distribuidoras, anunciada pela Petrobras para valer a partir desta terça-feira (16), pode ser repassada pelos menos parcialmente aos consumidores nos próximos dias. Postos de combustíveis pesquisados pela Tribuna ainda não estão praticando a diminuição nas bombas, já que o estoque disponível na maioria ainda é antigo. Mas se de fato a queda no preço se concretizar para os empresários, também poderá chegar ao consumidor final.

Segundo a Petrobras, o litro da gasolina vendido pela estatal, que era de R$ 3,71, passa a custar R$ 3,53, ou cerca de 4,8% menos. Segundo a empresa, “a redução acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.

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Em Juiz de Fora, nos postos consultados pela reportagem, o preço médio da gasolina comum variava de R$ 5,52 a R$ 5,59. Já o etanol varia entre R$ 4,20 e R$ 4,29. O proprietário de um estabelecimento de combustíveis na Zona Sul, que preferiu não ser identificado, comentou que ainda tem estoque, mas que a partir desta quarta ou quinta pode realizar nova compra. “Se a diminuição no preço acontecer mesmo, devemos repassar alguma coisa, mas ainda não sabemos quanto.”

Minaspetro ressalta que não há tabelamento no setor

A gasolina vendida nos postos de combustíveis recebe mistura obrigatória de 27% de etanol anidro. Dessa forma, a Petrobras calcula que a sua parcela no custo final da gasolina paga pelos motoristas passará a ser de R$ 2,57 para cada litro. Além do preço nas refinarias, entretanto, o consumidor final desembolsa também pelas parcelas de distribuidoras e revendedoras, além dos impostos.

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), entidade que representa os cerca de 4.500 postos do estado, não estima o período para que baixas ou altas de preço dos combustíveis nas refinarias tenham impacto direto nas bombas e ressalta que não existe tabelamento do setor.

Previsibilidade ao mercado

Em nota divulgada nesta terça, o Minaspetro avaliou que a redução do preço da gasolina anunciada na segunda-feira pela Petrobras mostra que a estatal está sendo coerente com o PPI (preço de paridade de importação), proporcionando mais previsibilidade ao mercado varejista. “A queda nos preços significa mais vendas para os postos, menor custo de capital de giro para os empresários e um alívio para o bolso do consumidor. Medidas que resultem em redução dos preços dos combustíveis são vistas com bons olhos pelo Minaspetro.”

Segundo o sindicato, historicamente, a margem de lucro dos revendedores vem se mantendo estável há anos, devido à alta competitividade do setor varejista. “O que se tem visto no mercado com as últimas oscilações de preço é que os revendedores não estão se apropriando dos reajustes e repassam a diferença para os consumidores.”

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