Atleta de 15 anos de Lima Duarte é selecionada para Mundial de Jiu-Jítsu em Abu Dhabi
Duda Ferreira, revelada em projeto social, já foi campeã brasileira e realiza vaquinha para participar do Mundial
Com somente 15 anos, Maria Eduarda Ferreira Alves já é campeã brasileira de jiu-jítsu. Não só isso, mas também foi selecionada para disputar uma das principais competições do planeta na arte marcial, o Campeonato Mundial, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, em novembro. Moradora do Bairro Vila Cruzeiro, de Lima Duarte, e revelada pelo projeto social “Movimento do Bem”, da cidade onde habita, Duda busca ajuda financeira para custear passagem, estadia e alimentação para o torneio no exterior. A adolescente abriu uma vaquinha on-line, mas até a edição desta matéria, arrecadou menos de 3% do que necessita para a viagem. Ela pretende disputar a categoria infanto juvenil 3, na faixa amarela, peso até 60,5 kg.
De acordo com a garota, ela foi indicada para disputar o Mundial por seu mestre, Inácio Novais, que está morando nos Emirados Árabes, além de seus treinadores. “Reencontrei ele em um campeonato depois de uns cinco anos, e a gente conversou. Ele sabe da minha dedicação. Vê minhas postagens, conversa com meus técnicos e viu que tenho potencial. Todos analisaram que dava para eu ir e me indicaram”, conta a garota. Mas há um dificultador para o sonho de Duda ser realizado, comum nos casos de atletas locais: a falta de apoiadores. “Preciso ir com um responsável, por ser menor de idade. É caro, porque preciso ficar lá dez dias para treinar, acostumar com o clima e o fuso horário”, enxerga a menina.
Uma das integrantes do projeto “Movimento do Bem”, do qual Duda faz parte, Andréa Paiva conta que o sonho da jovem em disputar o Mundial é o mesmo de todos os envolvidos na iniciativa. “Se ela conseguir o dinheiro e for, estará abrindo portas para outros no futuro. Hoje é ela, amanhã pode ser uma outra criança. Estamos lutando muito para transformar esse sonhos em realidade. O projeto tem muito orgulho de ter, possivelmente, uma aluna nos representando internacionalmente”, enaltece Andréa.
Além de campeã brasileira, Duda foi medalha de ouro na Copa Gelo Polar e acumula participações em campeonatos como a Copa Astato. De acordo com Andréa, a garota é uma referência em Lima Duarte. “Para os meus filhos, ela é inspiração. As meninas querem ser iguais a ela. Com todas as dificuldades que enfrentamos para treinar e para disputar os campeonatos, ver o desempenho dela é muito prazeroso para a equipe. Em todas as competições, a Duda subiu no pódio”, se orgulha a integrante do projeto social.
Amadurecimento no jiu-jítsu e na vida
Duda começou a lutar quando tinha apenas nove anos, apenas por hobby, como ela mesma relembra. “Mas com o tempo, gostei da arte e descobri que era minha paixão. Decidi seguir nisso e está dando certo. Hoje, o jiu-jítsu para mim representa tudo. É literalmente minha vida”, declara. Nesse momento, focada mais do que nunca nos treinos, Duda pretende, em caso de conseguir a ajuda financeira para o Mundial, “fazer uma boa luta, tentar fazer tudo o que sei de melhor. Não ficar pensando só em ganhar, mas sim em uma boa performance. Tentar chegar na final, e se acontecer, trazer a medalha de ouro para Minas Gerais”.
Além da melhora esportiva no decorrer dos anos, Duda amadureceu também como pessoa, de acordo com Andréa. “No início, a Duda era um pouco rebelde, respondida o professor. Mas rapidamente pegou a disciplina do jiu-jitsu. Com o tempo, foi melhorando na questão humana e também a cada campeonato. Hoje não só treina, como também ajuda o treinador com os pequenos. Ela tem muito carinho com as crianças e faz com que eles tenham um olhar diferente para o esporte. Torço muito para que vá ao Mundial e faça bonito”, projeta Andréa.