Nível de confiança de pequenas empresas cai em Minas

Levantamento realizado pelo Sebrae com 1.410 representantes do setor aponta que pequenos empreendedores estão menos otimistas para os próximos meses


Por Tribuna

10/08/2022 às 14h53- Atualizada 10/08/2022 às 16h02

Ao longo do mês de julho, a confiança dos empresários de pequenas empresas em Minas Gerais apresentou queda, conforme o Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscon). A pesquisa entrevistou 1.410 representantes deste setor no estado, o que resultou no total de 117 pontos. O índice varia de 0 a 200 pontos. Um resultado acima de 100 pontos indica tendência de expansão da atividade. O valor igual a 100 aponta estabilidade e menor que 100, sinaliza retração. Em junho, foram registrados 121 pontos, demonstrando que os empresários estão menos otimistas em relação ao cenário econômico do país. O segmento que apontou menor confiança foi o de serviços, totalizando 115 pontos; já o mais confiante foi o comércio, com 119 pontos.

A pesquisa mostra que a expectativa dos empresários caiu, entre junho e julho, tanto em relação ao atual cenário dos negócios, quanto a respeito da aposta em melhora a curto prazo. Em números, o Índice de Situação Recente (ISR) teve queda de quatro pontos, foi de 88 para 85, enquanto o Índice de Situação Esperada (ISE) caiu cinco pontos, de 138 para 133. A economista e analista do Sebrae Minas, Paola La Guardia, avalia que, ao mesmo tempo em que os empreendedores mantêm uma expectativa de melhora para os próximos três meses, também avaliam que o cenário está menos animador.

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Os dois subíndices, o ISE e o ISR, fazem parte do Iscon, sendo que o primeiro tem peso dobrado no cálculo do indicador de confiança dos pequenos negócios. A analista do Sebrae explica que os estímulos fiscais e de renda promovidos pelo Governo ao longo dos últimos meses podem ter impactado, desta vez de forma positiva, sobre a confiança dos empresários do estado ao longo do ano.

Ao longo deste ano, o Iscon manteve média de 117 pontos. A economista analisa que o aumento da inflação e das taxas de juros, aliado ao alto índice de desemprego, reflete na situação econômica do país e, consequentemente, em menos segurança por parte dos empresários. “Além disso, a proximidade das eleições acentua as incertezas em relação aos rumos da economia”, avalia Paola La Guardia.

Segundo a pesquisa, a confiança dos empresários de pequenos negócios tem sido mais positiva em relação ao cenário futuro de curto prazo do que sua avaliação sobre os últimos três meses. O ISE manteve uma média de 134 pontos no período, enquanto o ISR registrou média de 82 pontos.

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Avaliação por porte e setor

De acordo com o levantamento, as empresas de pequeno porte (EPP) e as microempresas (ME) apresentaram confiança mais elevada em julho, com 127 e 124 pontos. No entanto, o Iscon dos microempreendedores individuais (MEI) ficou em 111 pontos. Dessa forma, observa-se que os grupos de pequenos negócios apresentaram queda da confiança em julho, mas as ME e os MEI tiveram uma queda maior, ambos de cinco pontos. Já o Iscon das EPP caiu dois pontos em relação a junho.

O comércio passou a ser o setor mais confiante (119), seguido da construção civil (117). A indústria ficou com 116 pontos e os serviços com o menor indicador, 115. Os setores que apresentaram as maiores quedas foram a construção civil (-8) e os serviços (-7). Todos os setores tiveram queda da confiança, exceto a indústria, cujo indicador aumentou três pontos.

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