Lugar de mulher é onde ela quiser!

“Onde está a nossa fragilidade se a luta e a resistência vêm de décadas para a conquista de nossos direitos?”


Por Tetê Lopes, Fotógrafa e graduanda de Jornalismo da Estácio JF

10/07/2022 às 07h00

Nos últimos dias, estamos recebendo uma avalanche de notícias com relatos do sofrimento de pessoas do gênero feminino. Assédio moral, assédio sexual, feminicídio, lesbofobia e transfobia a inúmeras mulheres, com índices assustadores.

A menina e a atriz em destaque nesta semana devido aos estupros que foram cometidos receberam julgamentos horríveis devido às suas decisões tomadas para os “desfechos” dessas tragédias.

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As pautas constantes da TV, do rádio, do impresso ou da internet têm tido como destaque as violências psicológica e física contra as mulheres. Essa triste realidade ocorre em diferentes âmbitos, seja contra uma dona de casa da periferia ou contra a empresária reconhecida nacionalmente.

Sendo mulher, sinto aquele “embrulho” no estômago e aperto no coração… Essa situação não pode continuar! Pois existimos, resistimos, amamos, sonhamos, e respeito é o mínimo que exigimos!

E, ao assistirmos a uma mulher não conseguir completar o seu passo, a sua caminhada, após ouvir uma frase machista – “Chega pra trás, meu Deus do céu!” – , percebo a necessidade de demonstrarmos cada vez mais que devemos responder: “Não! Não vamos ficar para trás, nós vamos para a frente e sempre seguir em frente, porque o nosso lugar é onde quisermos!”.

Simone de Beauvoir sabiamente disse: “O machismo faz com que o mais medíocre dos homens se sinta um semideus diante de uma mulher”. De sexo frágil, como costumam caracterizar a mulher, não temos nada. Onde está a nossa fragilidade se a luta e a resistência vêm de décadas para a conquista de nossos direitos?

Há tempos, observamos que em algumas famílias tem-se o costume de ensinar desde a infância a diferenciar e separar as “brincadeiras de meninos” das “brincadeiras de meninas”. Essa segregação só tende a agravar o machismo e a tentativa de manter e resgatar apenas uma sociedade patriarcal. Mas com a coragem e a persistência da mulher é possível observarmos a sua presença em profissões que antigamente não tinham oportunidade nem direito de exercê-las, entre elas o futebol, o jornalismo e a política. Além disso, a mulher tem demonstrado que ela pode e deve, sim, usar o tipo de roupa com a qual se sentir bem e quiser, sem que seja assediada.

Por fim, não precisa ser 8 de março, Dia Internacional da Mulher, para expressarmos a nossa homenagem às mulheres, pois como diz a clássica frase de Erasmo Carlos: “Mulher só não é melhor por pura malandragem das vogais…”.

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