Do rally ao MTB: Sertões estreia no mountain bike com prova em Ibitipoca
Evento terá quase 200 competidores, sendo 22 categorias e 99 bikes elétricas
O Sertões vai estrear em Conceição de Ibitipoca, mas de uma forma diferente. O rally chamado também de o maior das Américas, que completa 30 anos em 2022, dá lugar às bicicletas com a realização do Mitsubishi Motors Sertões MTB, evento de mountain bike que deverá reunir 179 inscritos, com direito a 99 bikes elétricas entre esta quinta-feira (7) e o sábado (9) pela modalidade cross country maratona (XCM) na Reserva do Ibitipoca.
O local foi escolhido, conforme a organização, também para manter o DNA do Sertões, que se propõe a fazer brasileiros conhecerem e criar experiências únicas, com segurança, em regiões de rara beleza natural.
As provas começam nesta quinta, já com as inscrições encerradas, em duas opções de percurso (completo e reduzido), conforme o nível de preparação física dos competidores. O evento, assim como ocorre em provas ciclísticas mundo afora, irá entregar aos líderes do final de cada dia uma camisa amarela que o identificará entre os demais.
Serão 22 categorias durante três dias de trilhas, com quatro disputas somente para as E-bikes, as bicicletas elétricas – elite, golden 50+, masculino e feminino; além de dez nas bicicletas convencionais no percurso longo (elite masculino, elite feminino, sub-30, 30 a 39 anos, 40 a 49, 50+, sub-30 feminino, 30 a 49 anos feminino, 50+ feminino e PCD) e oito para o trajeto reduzido (sub-30, 30 a 39 anos, 40 a 49, 50+, sub-30 feminino, 30 a 49 feminino, 50+ feminino e PCD).
O percurso
Segundo os organizadores, serão necessários resistência e habilidade durante os três dias de provas, a começar pelos tipos de terrenos que serão encontrados – single tracks, chão batido, areia e trechos pedregosos. Além disso, haverá variação altimétrica, explorando todas as possibilidades de uma região montanhosa.
As distâncias encaradas pelos atletas serão progressivas. No primeiro dia, a quinta-feira, o percurso completo prevê duas voltas pelo circuito de 21 km (uma para quem optar pela versão reduzida), com chegada no mesmo ponto da largada e 1.432 m de ganho de elevação (716 m no percurso menor).
Na sexta, serão 45 km no percurso completo – 1.770 m de ganho de elevação -, e 32 km no reduzido (1.085 m de elevação). Neste dia os ciclistas terão contato com uma das grandes atrações do Ibiti Projeto: as estátuas gigantes trazidas dos Estados Unidos que se transformaram em sinônimo do local.
Por fim, o sábado reserva 51 km no percurso completo (2.135 m de ganho de elevação) e 39 km no menor (1.616 m de ganho de elevação).
Multicampeões de diferentes modalidades no Sertões MTB
O Sertões de Mountain Bike terá a presença de atletas renomados não apenas no cross country. É o caso do multicampeão nacional de enduro, André Luis Bretas. “Estou muito empolgado com essa aproximação do Sertões com o mundo da bicicleta e ansioso pra ver o que a gente vai viver nesta semana”.
Além dele, Ana Paula Polegatch, 14 vezes campeã brasileira de ciclismo (estrada, contrarrelógio e pista), também será atração. “Sou ciclista há 19 anos, no início fazia MTB. Gosto muito de mountain bike, vi que teremos nessa prova 50% single track, pedra, terreno arenoso, será um desafio à parte. Não tive tempo para treinar, estou indo na cara e na coragem, a convite do Strava. A meta é me desafiar. Já competi no Sertões Bike Night final do ano passado, em Interlagos, à noite. A prova foi incrível, fiquei impressionada com a estrutura do evento, premiação e quando me chamaram não pensei duas vezes. Estou ansiosa já.”
E assim como no Sertões Bike Night Endurance, prova de ciclismo de estrada em Interlagos, mencionada por Ana Paula, vários personagens do Rally dos Sertões irão trocar a moto, o carro e o UTV habituais pela bike em Conceição de Ibitipoca, como Zé Hélio Rodrigues (pentacampeão do Sertões nas motos), e Marcos Baumgart (campeão entre os carros em 2020).
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99 bikes elétricas
Uma novidade trazida no evento, cada vez mais comum no meio do ciclismo, será a utilização de 99 E-bikes, que contam com a ajuda de um motor elétrico para auxiliar o ciclista nos trechos mais exigentes. Os inscritos com esse tipo de equipamento farão nos três dias a versão mais curta do circuito, para evitar a necessidade de troca das baterias.
O uso destas bicicletas atraiu também nomes de destaque no ciclismo com as magrelas convencionais, caso do mineiro Rubens Donizete Valeriano, o Rubinho, que traz no currículo a participação em três Olimpíadas (Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016); uma medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos Rio 2007 e três títulos brasileiros de cross country na elite; além de Albert Morgen, hoje um especialista na novidade – foi 25º no Mundial da modalidade em 2020.