O ensino híbrido veio para ficar

“A integração dos diversos métodos de ensino-aprendizagem, tanto presenciais como não presenciais, agora avança a passos largos (…)”


Por Josué Viana, Gestor de Instituição de Ensino Superior na Estácio, formado em Pedagogia e mestre em Contabilidade

28/06/2022 às 07h00

A aplicação de mais de um recurso tecnológico para mediar o processo de ensino aprendizagem, em si, não é e nunca foi novidade, basta lembrar da correspondência escrita, as famosas cartas, trocadas entre mestres e seus aprendizes, que remontam desde a Grécia Antiga em 387 a.C., com a escola de filosofia fundada por Platão, de onde se originou o conceito de Academia.

A combinação de métodos, técnicas e recursos para viabilizar a interação presencial e não presencial entre os elementos fundamentais do processo de ensino-aprendizagem é o que torna o modelo de ensino híbrido. Para ser reconhecido como tal, essa combinação deve ser implementada baseada em uma proposta pedagógica planejada para potencializar a contribuição de cada tipo de interação.

PUBLICIDADE

Com a pandemia, e a necessária interrupção das interações presenciais, tivemos o movimento de migração das aulas presenciais para aulas remotas mediadas por plataformas de comunicação via internet, que acelerou e deu notoriedade às soluções de ensino a distância. Com o retorno às aulas presenciais, as discussões sobre os modelos híbridos no ensino ganharam força e visibilidade, apesar de já fazerem parte do cotidiano das instituições de ensino, principalmente, do segmento superior, há mais de uma década. Com as experiências impulsionadas pelo distanciamento social, o cerne da discussão avançou e passou a ser sobre o aprimoramento das soluções de ensino não presenciais e a integração harmônica com o ensino presencial.

A integração dos diversos métodos de ensino-aprendizagem, tanto presenciais como não presenciais, agora avança a passos largos, resultante das lições aprendidas e, também, da mudança da natureza do trabalho, que impõe novas competências capazes de implementar e produzir soluções para os novos desafios do mundo contemporâneo, onde o real e o virtual estão cada vez mais integrados.

Hoje o que vemos é um processo de consolidação de um novo ensino, em que as possibilidades de integração entre a sala de aula física e a virtual foram potencializadas após a superação das amarras de preconceitos cultivados no passado. Com a pandemia, essa geração descobriu, ou melhor, redescobriu o que os mestres de 387 a.C. já sabiam: o processo de ensino-aprendizagem é vivo, colaborativo e utiliza todos os meios disponíveis para acontecer.

O conteúdo continua após o anúncio

Os comentários nas postagens e os conteúdos dos colunistas não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é exclusiva dos autores das mensagens. A Tribuna reserva-se o direito de excluir comentários que contenham insultos e ameaças a seus jornalistas, bem como xingamentos, injúrias e agressões a terceiros. Mensagens de conteúdo homofóbico, racista, xenofóbico e que propaguem discursos de ódio e/ou informações falsas também não serão toleradas. A infração reiterada da política de comunicação da Tribuna levará à exclusão permanente do responsável pelos comentários.