‘Love is in the air’

“Não é sobre aceitar tudo, mas achar um ponto de equilíbrio para equacionar valores, vicissitudes, sonhos, falhas, perspectivas, planos, etc.”


Por Tati Pereira, Funcionária pública

12/06/2022 às 07h00

Apesar do invólucro comercial do 12 de junho no Brasil, não há nada melhor do que celebrar o amor. Um brinde às benditas borboletas no estômago! À dor que desatina sem doer do poeta! Ao encontro de almas! Àquele tal platônico mesmo! Ou à recordação de quem se foi…

Muito além das “Amélias”, dos cavalos brancos, das torres, das maçãs ou das reações químicas, amar é a tarefa mais difícil que há, porque exige doação! Mais do que saber compartilhar vidas, é preciso saber que a outra pessoa não é propriedade sua nem deve ser anulada. No mundo real, somos imperfeitos. Não é sobre aceitar tudo, mas achar um ponto de equilíbrio para equacionar valores, vicissitudes, sonhos, falhas, perspectivas, planos, etc. E saber que talvez a vida tome outro rumo, mas o amor não pode ser egoísta.

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Outrossim, o mais sublime dos sentimentos não é autótrofo (capaz de produzir seu próprio alimento), bastando um “eu te amo” e jaz. O alimento do amor são atitudes, sem esperar nada em troca. Muitos passam por essa vida sem saber amar. Não há distância, nem tempo ou espaço para quem se ama. Seria ousadia evocar Rousseau para inferir que o amor é um contrato social?

Do pacto social emana o todo; o plural. Amar é engajamento! Ora, como se dizer “feliz” sem olhar a dor do outro; sem solidariedade; sem fraternidade; sem transversalidade; sem benevolência; sem respeito ao próximo e à natureza? Se existisse um dicionário do amor, decerto, um de seus verbetes cruciais seria tolerância. Tolerância aos novos arranjos, sem estranheza ao amor alheio. Denotação em que não caberia julgo, subjugo e outros regressos.

Amor é também o bem-querer a si mesmo! Muita gente vive a vida de outrem, ab-rogando a sua própria, perdendo a sua essência ou aceitando relacionamentos tóxicos. O amor verdadeiro não ultraja; não limita; não viola; não pune! E, nada clichê, o amor é muito maior até do que o próprio “eu”. É uma questão de evolução, um tema transversal sério, que mesmo sendo a base de todos os outros, ainda evidencia certas necessidades neste mundo doidivanas.

Sim, “love is is the air” (o amor está no ar), como um “cavalo arreado” que passa. Exige uma coragem que não pode se perder em meio a um “se”, a um “deixa para depois”, a uma segunda opção ou à blindagem de corações outrora partidos. O amar é hoje! É declaração! É entrega! E não sai de moda!

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