A volta das máscaras

Com o aumento do número de casos de Covid, a máxima de prevenir ser melhor do que remediar tornou-se uma necessidade


Por Tribuna

08/06/2022 às 07h00

O crescimento do número de casos de Covid em Juiz de Fora, confirmado pelo monitoramento do cenário epidemiológico da cidade, levou a Prefeitura a indicar o uso obrigatório de máscaras, já a partir desta quarta-feira (8), em estabelecimentos de ensino, equipamentos de saúde, transporte coletivo público, escolar, de passageiros individual por aplicativo, táxis e similares e, ainda, nos funerais. Na própria nota, o Executivo destaca ser uma medida de caráter excepcional e temporário, a fim de estabilizar os números da contaminação no município.

Não há surpresa na decisão, uma vez que os números estão crescendo em todo o mundo, por conta das variantes do coronavírus, que vão exigir imunizantes frequentes e adequados à cada nova cepa. É assim com a gripe, que passa por mutações frequentes, exigindo o mesmo comportamento imunológico: vacina.

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Esse é o ponto crucial para enfrentamento de endemias. Os muitos fatores, especialmente climáticos, estão ressuscitando velhas doenças e apresentando outras, abrindo uma nova trincheira de desafios para a ciência. Como no combate ao coronavírus, a capacidade de reação no curto prazo é uma realidade, mas é fundamental a compreensão comunitária de sua importância.

Ainda há segmentos importantes que desconsideram a vacina, entendendo ser um atentado ao livre-arbítrio. Têm esse direito, desde que não comprometam a segurança sanitária dos demais. E aí é que está o nó górdio. Muitos desses personagens recusam a imunização, mas desconhecem a empatia que os levaria a entender o papel dos demais dentro do próprio grupo.

Durante décadas, o Brasil foi um campeão de vacinação, o que levou ao desaparecimento de diversas doenças. O viés ideológico dos novos tempos criou um novo cenário global. Vários países, sobretudo do chamado primeiro mundo, encontram sérias resistências da populaçã0. O aumento do número de casos de Covid não episódico. Ele é fruto da baixa adesão às vacinas e da dificuldade de compreensão coletiva de que a doença não acabou.

É fato que a vida segue em frente, e as atividades precisam ser retomadas. Vencida a fase mais crítica, é preciso voltar à vida, mas nada impede o controle adequado, que vá garantir exatamente essa normalidade. Na semana passada, a Tribuna apontou a baixa adesão à vacina contra a gripe. Trata-se de um problema, pois as doenças respiratórias são responsáveis por uma gradativa ocupação de leitos na rede hospitalar, comprometendo o próprio sistema e atrasando outras demandas, sobretudo eletivas.

Enfrentar a Covid e outras doenças deve ser um compromisso coletivo, pois só assim será possível o antigo normal sem comprometimento da qualidade de vida. Ademais, nunca valeu tanto a máxima de que prevenir sempre foi melhor do que remediar.

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