‘Animais Fantásticos: Os segredos de Dumbledore’ estreia em JF

Terceiro longa derivado da franquia “Harry Potter”, que tem Maria Fernanda Cândido no elenco, tenta dar final digno à trilogia


Por Júlio Black

13/04/2022 às 07h00

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Último filme da trilogia, “Animais Fantásticos: Os segredos de Dumbledore” tenta salvar a série derivada de “Harry Potter” (Foto: Divulgação/Warner Bros)

Com pré-estreia nesta quarta-feira, “Animais Fantásticos: Os segredos de Dumbledore” tem a difícil missão de tirar a trilogia derivada dos filmes da franquia “Harry Potter” do naufrágio em que se meteu o segundo longa da série, “Os crimes de Grindewald”, que desagradou à crítica, fãs e mesmo quem sequer sabia o que era Hogwarts. Para os fanáticos pelo universo mágico criado pela britânica J. K. Rowling, pelo menos uma boa notícia ajuda a criar esperanças: desta vez, a escritora teve a companhia de Steve Kloves para escrever o roteiro, que foi considerado o maior problema das produções anteriores, todas dirigidas por David Yates – e que comandou as filmagens do novo longa.
Quando foi anunciado, em 2013, que a Warner Bros. iria fazer uma adaptação para o cinema do livro “Animais Fantásticos e onde habitam”, a surpresa foi generalizada. Afinal, a obra original tinha apenas 64 páginas e era a tentativa de reproduzir no mundo real um dos livros didáticos utilizados pelos alunos na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts, com uma lista de animais mágicos oriundos de diversas mitologias. Se já era difícil imaginar transformar “O hobbit”, de J. R. R. Tolkien, em três filmes de quase três horas, imagine um “livro didático”.
Porém, quando se trata de Hollywood, o dinheiro sempre fala mais alto, e J. K. Rowling embarcou na jornada. Estrelado por Eddie Redmayne, que interpreta Newt Scamander, “Animais Fantásticos e onde habitam” estreou em 2016 com outros nomes de destaque no elenco: Jude Law interpretou um jovem Alvo Dumbledore (futuro diretor de Hogwarts), enquanto Johnny Depp deu vida ao vilão Gellert Grindewald, e o longa ainda tinha escalados Ezra Miller, Zoë Kravitz, Colin Farrell, Dan Fogler, Katherine Waterston, Jon Voigt e Ron Perlman.
Se não estava no mesmo nível dos filmes com Harry Potter, o primeiro “Animais Fantásticos” não chegava a comprometer, mas já se percebia a mão pesada de J. K. Rowling na hora de escrever o roteiro. O problema ficou ainda mais acentuado com o lançamento, dois anos depois, de “Os crimes de Grindewald”, com uma trama confusa e diálogos que podem ficar bem num livro, mas que numa produção audiovisual tornaram a experiência catastrófica. Como a desgraça nunca é pouca, “Os segredos de Dumbledore” teve as filmagens adiadas por causa da pandemia, as declarações transfóbicas de Rowling só pioraram a situação e Johnny Depp saiu do projeto devido às denúncias de agressão contra sua ex-mulher, a atriz Amber Heard. Para seu lugar, foi escalado Mads Mikkelsen.

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Maria Fernanda Cândido interpreta a bruxa brasileira Vicência Santos (Foto: Divulgação/Warner Bros)

Conflito iminente
Com tanta coisa ruim tendo acontecido no período, o terceiro “Animais Fantásticos…” tenta dar a volta por cima com uma história passada no final da década de 1930. Enquanto o mundo “trouxa” (daqueles que não sabem que a magia é real) está à beira da Segunda Guerra Mundial devido à ascensão do nazismo, o mundo bruxo também tem seus problemas. A Confederação Internacional dos Bruxos vai eleger seu novo supremo mago, e a favorita é Vicência Santos (a brasileira Maria Fernanda Cândido).
Ela, porém, terá de enfrentar a concorrência de Grindewald, que utiliza de um discurso populista para tentar tomar o poder e, assim como o nefasto Adolf Hitler (defensor da “superioridade da raça ariana”), tentar impor ao mundo um regime em que os magos – que ele considera superiores aos humanos “normais” – tomariam o poder, com os “trouxas” relegados a uma categoria de seres inferiores.
Ciente do perigo representado por Grindewald, Dumbledore luta contra o fato de estar apaixonado pelo vilão para escalar um grupo encabeçado por Newt Scamander, que terá a missão de impedir os planos de Grindewald. Será uma oportunidade para os fãs do universo de “Harry Potter” conhecerem ainda mais animais fantásticos e bruxos de outras partes do mundo, mas a novidade só valerá a pena se o filme conseguir dar um final digno à trilogia.

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