Assembleia do clube autoriza, e Tupynambás estuda SAF
Presidente do Baeta, porém, entende que agora não é o momento do time se tornar clube-empresa; clube reúne certidões negativas e orçamento para o Módulo II deverá ser de cerca de R$ 700 mil
Em observação aos projetos de grandes clubes do cenário nacional, como Botafogo, Cruzeiro e Vasco, e também de times próximos à Juiz de Fora, como o Athletic, de São João del-Rei, o Conselho Deliberativo do Tupynambás aprovou, em Assembleia Geral, a transformação do clube em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Entretanto, a mudança para clube-empresa não irá ocorrer no momento, já que a equipe tem como foco principal o Módulo II do Campeonato Mineiro, que começa no próximo dia 27.
”Nos já fizemos uma assembleia, tem isso (SAF) aprovado, mas não é o momento. A gente vai ter que analisar caso a caso. A primeira opção do Tupynambás é tentar o acesso, e se no clube uma SAF hoje vale R$ 50 milhões, no acesso ela tem outro valor. Então vamos buscar o que for melhor para o clube e torcida. Temos que fazer tudo pautado no que a gente tem de torcedor. Marquei com duas torcidas organizadas, passei para eles isso, a gente vai procurar fazer tudo em conjunto para que não fique nada obscuro, seja tudo bem transparente”, garante o presidente Cláudio Dias em participação no programa Papo de Craque, da Rádio Transamérica Juiz de Fora.
Certidões negativas em dia
A reportagem teve acesso, ainda, a documentação que comprova a obtenção de todas as certidões negativas do clube – de débitos de imóvel, tributários e trabalhistas em âmbito municipal, estadual e até federal, com certidão positiva, neste último, mas de efeitos negativos de débitos relativos à dívida ativa com a União. Desta forma, conforme o presidente Cláudio Dias também reiterou, o Baeta tem um processo facilitado para implementar a SAF. ”O Tupynambás tem uma vantagem. Por exemplo, o Cruzeiro, que é um grande clube, tem dívidas enormes, o que prejudicou a SAF. Até agora eles tão rediscutindo isso. Já nós não, temos todas as certidões (negativas), estamos apto para fazer, mas acho que esse não é o momento”, acredita o mandatário.
Semifinalista do Módulo I do Campeonato Mineiro neste ano, o Athletic, de São João del-Rei, conseguiu esse resultado esportivo apenas alguns meses após a transformação em SAF. Cláudio Dias enxerga que o clube mineiro aumentou seu nível com a mudança de gestão do futebol. ”Você vê que o Athletic mudou de patamar. Nessa competição fizeram uma excelente equipe porque tinha recurso financeiro. A SAF só é vantajosa se você tiver recurso financeiro pra usar no futebol. Então, depende do parceiro que venha e qual o valor. Para você ficar trocando por nada, não compensa”, acredita.
”Caso Danilo” e busca por parceiros
Titular da lateral-direita na seleção brasileira nos últimos jogos, Danilo fez parte de sua base no Tupynambás, que foi beneficiado financeiramente por conta do mecanismo de solidariedade da Fifa, em que o clube formador de um atleta recebe parte do montante das transferências que envolverem o jogador. O presidente do Baeta garantiu que toda a verba já foi recebida e utilizada.
‘’Sobre o Danilo, já recebemos o que tinha que ser recebido. Quando a gente assumiu a diretoria do Tupynambás, a maioria do dinheiro já tinha sido recebido, inclusive dez dias antes da gente assumir, sumiram com R$ 720 mil. A gente está tentando resgatar de forma judicial. A última parcela que entrou do Danilo foi ano passado e nós pagamos o Mineiro com esse dinheiro’’, conta Cláudio.
Mesmo a um mês do Módulo II, o Baeta continua em busca por patrocínios. ‘’Nós temos vários parceiros que ajudam, o dinheiro a gente está buscando, se tiver mais parceiros interessados, estamos de portas abertas. Com certeza o orçamento de 2021 foi o menor de todos, esse ano não está muito diferente, mas estamos buscando na parte profissional, de seleção, montar um elenco a altura. O Tupynambás gastou ano passado em torno de R$ 700 mil, e esse ano é por aí. É por patrocínio mesmo’’, garante o presidente.