Lívia Arruda estreia nesta sexta a exposição ‘Minas’

Dezesseis trabalhos da artista plástica podem ser conferidos até 14 de abril na Galeria Ruth de Souza, no Teatro Paschoal Carlos Magno


Por Júlio Black

01/04/2022 às 12h57

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Elementos de arte clássica, abstrata, cultura pop e tatuagem convergem na obra de Lívia Arruda (Foto: Divulgação)

Feminilidade, dominação e poder são alguns dos temas abordados pela artista plástica Lívia Arruda na exposição “Minas”, que estreia nesta sexta-feira, às 14h, na Galeria Ruth de Souza, que fica no Teatro Paschoal Carlos Magno. No total, a mostra tem 16 trabalhos que podem ser conferidos até 14 de abril, de segunda-feira a domingo, das 9h às 17h. A entrada é gratuita.

Com trabalhos que utilizam técnicas variadas (pinturas a óleo, nanquim, acrílica, estruturas de tela, tecidos, plataformas analógicas e multimídia), “Minas” é a primeira exposição individual de Lívia, com obras recentes e outras mais antigas, criadas há quase cinco anos. O título, explica, tanto pode ser visto como a gíria que referencia as mulheres quanto como o estado político e geográfico chamado Minas Gerais. Apesar da brincadeira linguística, ela aponta que as obras também são coisa séria, sendo a forma que ela encontrou para abordar o corpo dentro das relações contemporâneas e o impacto do consumo para o meio ambiente. A partir dessa abordagem, ela espera provocar reflexões sobre relações, seja com outros indivíduos, a terra em que vivemos ou consigo mesmo.

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“A ideia da exposição surgiu com o sentimento de que a maturidade, enfim, havia chegado”, explica a artista plástica de 28 anos, formada em artes e design pela UFJF e em design de moda pelo Centro de Ensino Superior, além de pós-graduada pelo Instituto Europeo di Design. “No decorrer de todas essas formações, passei a estudar as manifestações culturais e artísticas, a influência sobre o meio ambiente, e fui circulando por vários lugares”, acrescenta Lívia, que conta, ainda, ter trabalhado com design desde os 18 anos (que, de acordo com ela, ajudou a ter uma melhor visão de mercado) e também com tatuagem, o que a permitiu – a seu ver – ter uma maior maleabilidade.

Pluralidade

Essa vivência multifacetada ajudou Lívia Arruda a trabalhar com diversas técnicas presentes nas obras que compõem a exposição, assim como o período que viveu em São Paulo e a temporada na Espanha, quando acompanhou a irmã no final de 2019 e que se estendeu por causa da pandemia.

“Foi um período importante, que serviu para que eu parasse para pensar a respeito da relevância do que estamos fazendo, as interações a partir de tudo que está acontecendo. Precisava encontrar uma forma de me posicionar no mundo”, diz. “Acredito que essa diversidade começou como uma experimentação acadêmica, mas, durante esse processo – em que refleti sobre a lógica de mercado e consumo – vi que essa variedade permitiria atingir mais pessoas, popularizar o acesso, por isso tenho elementos da arte clássica, abstrata, da cultura pop e tatuagem, entre outras.”

Lívia acredita que essas vivências marcam presença em “Minas” e poderão ser percebidas pelo público. “São reflexões sobre a paradoxal relação humana com forças de dominação e poder, capital e terra. As iconografias trabalhadas buscam a ambiguidade da existência. A produção tem como eixo principal as problemáticas da relação do espaço com o corpo, explorando a visualidade do território íntimo”, antecipa a artista plástica, que desenvolve pesquisas acadêmicas voltadas para a interação da indústria cultural com a sociedade e o mercado.

“O que me levou a refletir sobre essas questões tem a ver com a forma como o consumo se dá a partir do desejo e a consequência disso para o meio ambiente, por exemplo. Além disso, questões sociais como conflitos de gênero, raça, cor, ainda precisam ser muito discutidas”, aponta. “O tempo na faculdade, além de desenvolver minha técnica, me deu a consciência de que era preciso devolver para a sociedade tudo que aprendi por lá.”

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